Cidades
Serial killer volta a justificar assassinatos dizendo agir para “eliminar o mal” durante julgamento
Réu, já condenado a quase 130 anos de prisão, afirmou que era guiado pelo “Arcanjo Miguel” e que via as vítimas como um “câncer da sociedade”
Durante o julgamento realizado nesta quinta-feira (13), em Maceió, o homem apontado como serial killer, acusado de matar mãe e filho, voltou a afirmar que cometeu os crimes para “eliminar o mal”. Ao ser interrogado pelo juiz, o réu declarou que via as vítimas como um “câncer da sociedade” e que suas ações seriam uma tentativa de “limpar o mundo de criminosos”.
O acusado insistiu na versão de que era guiado por uma voz divina, afirmando agir sob ordens do “Arcanjo Miguel”. Em seu depoimento, tentou transmitir a imagem de uma pessoa mentalmente instável.
“Essa mulher era traficante de drogas, todos sabem disso. Ela usava o próprio filho como escudo humano. [...] Ele {o Arcanjo Miguel} me contou para ceifar esse joio, que vivia na sociedade traficando e roubando. A ação, a execução, tudo isso, não era eu”, disse o réu, ao se referir ao assassinato de Beatriz Henrique da Silva e do filho dela, de apenas quatro anos.
Apesar das declarações, não há qualquer comprovação de envolvimento das vítimas com atividades criminosas. Mesmo confessando o homicídio, o acusado tentou convencer os jurados de que sofria de anomalia mental, afirmando que estava em “transe” no momento do crime. Ele relatou ainda que “não estava normal” quando invadiu a casa da vítima, durante a madrugada, e atirou contra mãe e filho enquanto dormiam.
O promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, do Ministério Público de Alagoas (MPAL), contestou as alegações, afirmando que o réu agiu de forma fria, planejada e consciente.
“Temos aqui um réu confesso. O senhor já confessou quase todos os crimes pelos quais foi julgado. Ele se sentia responsável por exterminar pessoas que, a seu ver, eram envolvidas com o tráfico. Estudava os hábitos das vítimas, acompanhava pelas redes sociais e até guardava recortes de matérias sobre os crimes”, disse o promotor.
De acordo com Vilas Boas, laudos psiquiátricos oficiais comprovam que o acusado possuía plena sanidade mental no momento dos assassinatos.
“A psicopatia não é uma doença mental, é a ausência de empatia e de sentimento humano. O laudo médico-psiquiátrico atesta sua inteira higidez mental. Ele era plenamente capaz”, explicou.
Durante o júri, o promotor descreveu a crueldade e a frieza do crime. Beatriz dormia ao lado do filho, de quatro anos, quando o homem invadiu a casa e disparou contra ela. O menino também foi atingido, e o réu responde por lesão corporal, já que, segundo o MP, a intenção inicial era matar apenas a mãe.
A autoria foi confirmada por confronto balístico: os projéteis retirados do corpo da vítima partiram da mesma arma apreendida com o réu. Materiais como máscaras, luvas e munições reforçam o mesmo modo de operação identificado em outros crimes.
O acusado já soma mais de 127 anos de prisão, com cinco condenações anteriores por feminicídios e tentativas de homicídio — entre eles, o assassinato de Tâmara Vanessa dos Santos, em Maceió, e os ataques contra José Gustavo Carvalho e Leidjane Gomes de Freitas, que sobreviveram. No último julgamento, realizado em 31 de outubro, ele recebeu 27 anos, um mês e 10 dias de pena.
Um vídeo exibido durante a sessão mostrou o réu dizendo: “Ele (o Arcanjo Miguel) me usou, porque eu sou um homem capacitado. Eu encontrava as vítimas no Instagram e começava a seguir. Eu juntava as fotos porque ele queria ver.”
Encerrando sua fala, o promotor reforçou aos jurados que o crime foi motivado por um falso sentimento de “justiçamento”.
“Ele escolhia jovens que, na concepção dele, eram traficantes. A Beatriz estava dormindo em sua casa, sem chance de defesa, e o filho dela, que repousava ao lado, também foi atingido. Não há justificativa possível para tamanha crueldade.”
Com informações da Ascom MP/AL
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