Cidades

Faculdade de Medicina celebra 75 anos com cerimônia emocionante na Ufal

Comemoração aconteceu no auditório da Reitoria, na manhã desta quarta-feira (7)

Por Lenilda Luna / Ascom Ufal 08/05/2025 00h21 - Atualizado em 08/05/2025 00h56
Faculdade de Medicina celebra 75 anos com cerimônia emocionante na Ufal
Na solenidade de celebração dos 75 anos da Famed, a professora Rosana Vilela (C) foi homenageada com o título de Professora Emérita - Foto: Isadora Ulysses / Ascom Ufal

Com o auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) completamente lotado, a Faculdade de Medicina (Famed) celebrou, na manhã desta quarta-feira (7), os 75 anos de sua criação. O evento reuniu docentes, estudantes, autoridades políticas, técnicos, aposentados e representantes da sociedade para homenagear a trajetória da instituição que é símbolo da história da Medicina em Alagoas.

A cerimônia foi aberta com uma saudação do professor Ricardo Nogueira. Ele destacou que o curso de Medicina começou no antigo prédio, localizado no bairro do Prado, e exaltou a importância da memória institucional. A diretora da Famed, professora Ângela Canuto, reforçou esse resgate histórico ao lançar, durante a exibição de um vídeo comemorativo, uma campanha pela recuperação do prédio que já abrigou a Faculdade.

O prédio histórico onde a Faculdade de Medicina foi criada, posteriormente recebeu o Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) e atualmente é a sede do Museu de História Natural (MHN). Com os cortes de verbas no orçamento das universidades públicas, a situação do imóvel é cada vez mais preocupante. “Conclamamos toda a sociedade alagoana, em especial os nossos parlamentares, para que se unam a esse esforço pela preservação da nossa história”, disse Ângela Canuto.

Professora Ângela Canuto, diretora da Faculdade de Medicina (Foto: Isadora Ulysses / Ascom Ufal)

Após essas saudações, foi formada a mesa de honra, presidida pelo reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, e composta pela vice-reitora Eliane Cavalcanti; a diretora da Famed, Ângela Canuto; a reitora honorária Ana Dayse Dorea; os deputados estaduais Fátima Canuto e José Wanderley Neto; o superintendente do HU, Célio Rodrigues; a Técnica-administrativa, Weidila Miranda; e a estudante Cecília Monteiro.

A cerimônia foi oficialmente iniciada pelo reitor Josealdo Tonholo, que convidou a plateia para acompanhar a execução do Hino Nacional, ao violino, pela estudante de Medicina, Michele Ribeiro Rocha. Em sua fala, Tonholo destacou a importância da Faculdade de Medicina para o estado. “Nossa Famed é precursora da saúde de qualidade em Alagoas. Ela é uma das almas mater da própria Ufal, pois é mais antiga que a Universidade. Hoje, temos um atendimento de saúde de alta qualidade no estado, fruto da formação aqui oferecida”, afirmou.

O reitor também celebrou a força institucional da Famed: “Ela não é apenas um celeiro de médicos e médicas, mas também de lideranças. Muitas dessas lideranças passaram pela gestão da própria Universidade e fizeram a diferença em Alagoas como um todo”, completou.

Mesa de honra, presidida pelo reitor Josealdo Tonholo e composta pela vice-reitora Eliane Cavalcanti, a diretora Ângela Canuto, a reitora honorária Ana Dayse Dorea, os deputados estaduais Fátima Canuto e e José Wanderley, o superintendente do HU, Célio Rodrigues, a Técnica-administrativa Weidila Miranda e a estudante Cecília Monteiro (Foto: Isadora Ulysses / Ascom Ufal)

A professora Ângela Canuto também lembrou as origens da instituição: “O curso de Medicina começou praticamente pelo idealismo de três pessoas: o Dr. Ib Gatto, Dr. Abelardo Duarte e Dr. José Lages. Já formamos mais de sete mil médicos e seguimos transformando a medicina em Alagoas e no Brasil”.

Na ocasião, foi lançado o livro 75 Anos da Faculdade de Medicina, organizado por Ângela Canuto e João Batista Neto, com artigos de 24 autores que foram homenageados com exemplares. Dentre os autores homenageados, estão Rosana Quintella Brandão Vilela, ex-diretora da Famed, que também recebeu o título de Professora Emérita; e Ana Dayse Resende Dorea, médica e reitora honorária da Ufal.

Homenagens marcaram a celebração

Foram entregues diversas homenagens, reconhecendo o trabalho de professores, técnicos, gestores e personalidades da história da Famed. No campo do Ensino, foram reconhecidos 13 professores, entre eles o professor Manoel Álvaro de Freitas Lins Neto, pesquisador e criador de uma terapia tópica contra o HPV que resultou em uma patente.

Na área da Produção Científica, foram homenageadas as professoras Rozangela Maria Almeida Fernandes Wyszomirska, Mércia Lamenha Medeiros e Isabella Lopes Monlleo. Na Gestão, destaque para o vice-diretor Iramirton Figuerêdo Moreira. Também foram homenageadas figuras ligadas ao NDE, CAA, Nusp, Núcleo de Apoio ao Discente, Extensão, Pesquisa e Pós-graduação, além dos programas de mestrado e doutorado.

Entre os homenageados, também estavam sete técnicos, representando os diversos setores da Famed, além de representantes do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU), do ICBS e da Edufal. Também foram feitas homenagens póstumas a figuras importantes da história da Famed, como os professores Flávio Soares, William Hurtado e Maria Lúcia Cavalcante Pimentel. Os aposentados também foram celebrados, com destaque para a reitora honorária Delza Gitai e o médico Hemerson Casado, que integra grupo de pesquisa sobre Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

Em nome de todos os homenageados, Milton Hênio fez um discurso emocionado. Ele tem mais de 60 anos de dedicação à medicina. “A vida é feita de momentos, como dizia, São Tomás de Aquino. Este é um momento feliz da minha vida. Encontro amigos de tantos anos, sou homenageado. Sinto-me honrado por estar aqui hoje, representando uma geração que construiu, com compromisso e abnegação, a medicina alagoana. Beijos e abraços a todos. Vamos viver, sabendo que as melhores coisas da vida são oferecidas de graça”, celebrou o médico.

A Faculdade de Medicina da Ufal foi fundada em 3 de maio de 1950 e é considerada uma das instituições públicas de ensino superior mais antigas de Alagoas. Foi uma das três faculdades que deram origem, em 1961, à Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Ao longo das décadas, passou por diversas transformações, como a elaboração do Projeto Pedagógico, em 1991, e a reformulação do currículo em 2006, sempre buscando adaptar sua formação às demandas da saúde pública brasileira.