Saúde

Epilepsia: acompanhamento farmacoterapêutico é fundamental para evitar agravamento da doença

Por Assessoria 24/03/2023 09h25
Epilepsia: acompanhamento farmacoterapêutico é fundamental para evitar agravamento da doença
Carmem Arroxelas, diretora secretária do CRF/AL e integrante do Grupo de Pesquisa em Epilepsia Clínica e Experimental da Universidade Federal de Alagoas - Foto: Divulgação

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que mais de 50 milhões de pessoas vivem com epilepsia e as consequências físicas ou mentais desse distúrbio neurológico. No Brasil, o Sistema Único de Saúde mostrou que pelo menos 25% dos pacientes acometidos pela epilepsia são portadores em estágio grave, o que condiciona o uso de medicamentos por toda vida. No dia mundial de conscientização da doença, o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas, alerta para a importância do acompanhamento farmacoterapêutico destes pacientes.

Carmem Arroxelas, diretora secretária do CRF/AL e integrante do Grupo de Pesquisa em Epilepsia Clínica e Experimental da Universidade Federal de Alagoas revela que mesmo com o uso de medicamentos, alguns pacientes continuam apresentando crises epilépticas e esta condição levou a realização de uma pesquisa científica na busca de uma nova alternativa terapêutica para a epilepsia do lobo temporal.

“Estes são os chamados pacientes farmacoresistentes, e para que eles tenham bem estar e qualidade de vida, a comunidade científica está em busca de novas alternativas de tratamento”, afirmou. De acordo com ela, como a epilepsia corresponde a uma síndrome, muitos são os fatores que desencadeiam uma crise epiléptica e o tratamento não adequado aos pacientes promove agravamento da doença.

Outro ponto importante, na avaliação da farmacêutica, é que os pacientes portadores de epilepsia podem desenvolver problemas psicológicos, cardíacos e endócrinos com o não tratamento. “Infelizmente, muitos têm vergonha de sua condição, interferindo, assim, nas relações afetivas e sociais. Eles sofrem preconceito e estigma devido ao contexto histórico da doença que no passado era considerada como possessões demoníacas e doença contagiosa. Ainda há, nos dias atuais, quem acredite que a doença é questão espiritual”, disse.

Ela pontua que anualmente 125 mil pessoas perdem a vida para a epilepsia ou pelas causas relacionadas a ela.

O que é a epilepsia?


A epilepsia corresponde a uma desordem neurológica caracterizada por crises espontâneas e recorrentes que ocorrem devido a uma hiperexcitabilidade neuronal. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos causando crises que podem se manifestar em convulsões ou outros sintomas, como ausências (conhecida como “desligamento”. A pessoa fica com o olhar fixo e perde contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração, muitas vezes não é percebida por aqueles que estão próximos). Na maioria dos casos, as crises desaparecem espontaneamente. Ainda assim, existe uma tendência para que estas se repitam de tempos em tempos.

“Por isso, o dia 26 de março é uma data tão importante, para que as população possa conhecer um pouco mais sobre a doença, suas causas e os cuidados, mas acima de tudo, para que tenham o respeito e acolhimento”, pontou Carmem.