Saúde

Em meio à pandemia, temos muito que agradecer aos infectologistas

Neste 11 de abril, é comemorado o Dia do Infectologista, profissional essencial em todos os âmbitos de atenção à Saúde

Por Texto: Ana Paula Tenório com Ascom HEHA 11/04/2021 17h52
Em meio à pandemia, temos muito que agradecer aos infectologistas
Reprodução - Foto: Assessoria
Neste domingo, dia 11 de abril, comemoramos o Dia do Infectologista, em meio a uma das maiores pandemias registradas ao longo da história da humanidade. A figura do médico infectologista e outras profissões ligadas à epidemiologia tornaram-se norteadoras de políticas públicas responsáveis, sendo, neste momento, propagadoras da ciência e de sua implicação em nossa vida cotidiana e na saúde geral da população. As histórias da Infectologia e dos médicos infectologistas confundem-se com a própria história da medicina e da saúde pública, uma vez que os primeiros registros de infecções, segundo diferentes relatos, em seres humanos, começaram a aparecer, por volta de 7.000 antes de Cristo, sendo mais documentada a hanseníase no Egito, há cerca de 2000 anos AC. Na idade média, em decorrência da peste bubônica, cerca de 1/3 da população europeia foi dizimada. Nesta mesma época começou a surgir a controversa e emblemática figura dos ‘médicos da peste’, muitos deles, pessoas sem formação específica, praticando o socorro ou aplicando tratamentos de forma empírica. O Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), é a instituição de saúde especializada no tratamento de doenças infectocontagiosas no estado, tendo o maior número de infectologistas trabalhando em um hospital em Alagoas. Ao contrário de muitas especialidades médicas, nas quais a atuação se restringe a determinada parte do corpo, a infectologia aborda uma ampla gama de doenças de todos os órgãos e sistemas do organismo, partindo de um paradigma processual (a infecção) e não anatômico, como de costume das outras áreas de conhecimento da medicina. O Brasil, como país tropical, de dimensões continentais e climas diversos, tem muitos desafios no ramo da medicina infectocontagiosa. Segundo o professor e infectologista Fernando Maia: “A Infectologia é uma especialidade que cresceu muito nos últimos anos por conta das novas e velhas doenças que surgiram e ressurgiram, e que demandam um conhecimento específico para o seu diagnóstico e tratamento, tais como HIV/AIDS, dengue, zika, chikungunya, febre amarela, sarampo, e mais recentemente, a Covid-19”. Segundo os especialistas, esta não será a única pandemia que nossa geração poderá presenciar. “A Infectologia tem como desafio promover a prática clínica à luz dos conhecimentos adquiridos que ocorrem numa velocidade muito grande. É bem possível que tenhamos brevemente uma pandemia de bactérias resistentes aos antimicrobianos disponíveis, exatamente pelo uso inadequado e exagerado desses medicamentos por médicos prescritores. Precisaremos de um esforço grande e coletivo para combater esse dano enorme para a população e para o meio ambiente”, explicou a professora e infectologista Luciana Pacheco. Apesar do pequeno número de infectologistas para um país com o tamanho do Brasil, cerca de 3.800, os especialistas acreditam que cada vez mais haverá necessidade de um profissional de infectologia nas equipes hospitalares. “O infectologista, a meu ver, tem seu lugar sedimentado na medicina mundial, pois não há previsão de parar de surgir novos patógenos e novas doenças que demandarão sempre a atuação desta especialidade”, avaliou o professor Fernando Maia. Já Dra Luciana Pacheco crê no aumento de atuação dos infectologistas em áreas diversas: “Creio que o futuro da especialidade está mais do que consolidado, com um espectro de atuação muito amplo, em enfermarias, ambulatórios, consultórios, em controle de infecções, em imunizações, em prevenções, no ensino, pesquisa e na gestão. A expectativa é de maior reconhecimento por parte dos gestores da saúde para a expansão da Infectologia. Com o advento de novos vírus, bactérias multirresistentes, patógenos ainda desconhecidos, e novas apresentações de infecções antigas, é indispensável a atuação do médico infectologista em todas as instâncias da atenção à saúde. A maior crise sanitária de nosso tempo ratifica a atividade desses profissionais, cada vez mais solicitados e postos à prova.