Saúde

Cresce adesão à telemedicina durante pandemia

Regulamentada pelo CFM, consulta a distância tem evitado exposição de pacientes e médicos ao novo coronavírus

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 01/07/2020 08h06
Cresce adesão à telemedicina durante pandemia
Reprodução - Foto: Assessoria
Ser consultado por um médico, tirar dúvidas e até conseguir receitas sem sair de casa. Este é o legado da telemedicina em tempos de pandemia da Covid-19 no Brasil e restante do mundo. Em Alagoas, muitos médicos têm aderido ao meio tecnológico à distância por conta do isolamento social. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), Fernando Pedrosa, a medida vem facilitando a comunicação entre médicos e pacientes, evitando a exposição deles durante o combate ao novo coronavírus. Ele explica que os médicos se comunicam com os pacientes por chamada de vídeo e funciona como uma consulta normal. “O paciente faz uma consulta como se estivesse no consultório do médico, só que por vídeo conferência”, frisou. “O médico identifica o problema conforme o relato do paciente. Em caos mais complicados é feita a consulta presencial, isto é, orienta-se o paciente a procurar um hospital”, explicou. “Quando necessário, são solicitados exames para complementar o diagnóstico”, acrescentou. Fernando Pedrosa salientou que o procedimento acontece apenas na rede privada em Alagoas, e que desconhece a medida na rede pública. “Não conheço nenhum programa em funcionamento”, disse. Ainda conforme o presidente do Cremal, em casos de planos de saúde, a compensação financeira é feita normalmente, mesmo o paciente não indo ao consultório e não tendo como passar o cartão. “Existe o certificado digital, e cada plano, aderiu a melhor forma de identificar”, concluiu. O Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou a telemedicina como forma de assistência médica à distância em 19 de março deste ano, e o Ministério da Saúde publicou, no dia 23 do mesmo mês, a Portaria nº 467, autorizando o uso de telemedicina para atendimento de pacientes. Em ambos os casos, a regulamentação é válida apenas durante o período de emergência da pandemia. A expectativa do mercado é que as regulamentações se mantenham ao término do período emergencial. Assim, telemedicina, teleconsulta, teletriagem, prescrição digital e plataformas de agendamentos estarão interligadas com convênios médicos e instituições financeiras para pagamento eletrônico e também com redes de farmácias para dispensação de medicamentos, compras programadas e entrega por delivery. Atendimento virtual cresce mais de 600% no país   Pesquisas indicam que atendimentos virtuais cresceram mais de 600% no Brasil em alguns hospitais e de dez vezes no número de atendimentos de convênios por teleconsulta, quando comparado ao período pré-pandemia. Duas grandes operadoras de planos de saúde em Alagoas afirmam que saltou de forma significativa o número de consultas por videoconferência no estado. A médica Maria Magaly Albuquerque Medeiros, coordenadora da Assessoria ao Cooperado (Ascoop) da Unimed Maceió, ressaltou o aumento, bem como a procura e a realização da teleconsulta na capital, muito embora saliente que a decisão de fazer seja de cada profissional. “É feito com agendamento, como na consulta presencial. O paciente precisa ter o App do Cliente (pode baixar nas lojas Androide e iOS) para gerar um QR Code, que serve para autorizar as consultas, e que é enviado pelo cliente para o médico.  É assim que ele recebe pela consulta. No momento da teleconsulta, o paciente se conecta e recebe o atendimento”, informou. “Proporciona mais segurança, pois os dados são armazenados nos prontuários do paciente. Não é algo improvisado. Tem quase todas as etapas da consulta, exceto o exame físico”, mencionou a médica Maria Magaly. O Hapvida atingiu a marca de mais de 21 mil atendimentos realizados desde que o serviço foi lançado, em abril, no país. Diariamente, são feitas cerca de mil orientações médicas por teleconsulta referente à Covid-19 por dia, sem nenhum custo adicional aos clientes. Dentre os atendimentos realizados, apenas 5% precisou recorrer a alguma unidade física da rede de saúde, configurando casos de maior urgência. Os demais pacientes seguiram os protocolos indicados pela plataforma e foram atendidos remotamente, de forma customizada, por médicos, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas da rede credenciada. Dessa forma, o Hapvida consegue realizar atendimentos eletivos (não relacionadas à Covid-19) que, de outra forma, teriam sido cancelados devido a preocupações de exposição ao vírus. “Investimos em tecnologia nas mais diversas áreas da medicina para o enfrentamento da pandemia. A nossa ideia foi dar um suporte a mais para os clientes e evitar a ida desnecessária para uma unidade hospitalar quando apresentar sintomas que podem ser tratados em casa. Vale reforçar a recomendação do Ministério da Saúde de só ir ao hospital ou pronto atendimento em casos de urgência para evitar contágio com outras doenças”, diz o diretor corporativo de telemedicina do Sistema Hapvida, José Luciano Monteiro. O serviço funciona todos os dias, 24h. O paciente interessado neste tipo de consulta deve acessar o portal e seguir os protocolos indicados. A plataforma é completa, com teleconsulta direta, suporte a prontuário, seguimento multiprofissional, prescrição validada por certificados digitais, médicos treinados e acompanhados, indicadores de performance. “Além de oferecermos assistência de qualidade aos nossos clientes, esta tecnologia também permite nos mantermos alinhados às recomendações da Organização Mundial de Saúde para que sejam evitadas aglomerações desnecessárias em hospitais”, diz Monteiro.