Saúde

Sem mutirão, espera por cirurgias levava 5 anos

Sesau já marcou mais de 1.200 procedimentos na capital e vai levar ação para Arapiraca

Por Texto: Editoria de Política com Assessoria com Tribuna Independente 18/01/2020 12h09
Sem mutirão, espera por cirurgias levava 5 anos
Reprodução - Foto: Assessoria
Uma agonia que podia durar até cinco anos. Problemas de simples resolução médica, como pedra na vesícula, hérnia ou mioma, se transformavam num calvário na vida de milhares de alagoanos que esperavam na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Foi para agilizar esses tratamentos que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) criou o Mutirão de Cirurgias no final do ano passado e já conseguiu marcar mais 1.200 procedimentos só em Maceió. Segundo o secretário Alexandre Ayres, a espera caiu para 30 dias, no máximo. A estimativa é que entre 7 e 8 mil alagoanos estejam nesse compasso doloroso de espera em todo o Estado. Parte do programa Mais Saúde, o mutirão já passou pelo Benedito Bentes, Vergel e agora está em sua terceira triagem na capital, no bairro do Clima Bom. Com o sucesso em Maceió, os atendimentos serão expandidos também para o interior de Alagoas a partir de fevereiro, começando por Arapiraca e região Agreste. “Temos relatos de pessoas aguardando cirurgia de hérnia há 5 anos, que é um procedimento relativamente simples, em razão da defasagem da tabela de remuneração do SUS. Com uma tabela tão baixa, então, não há um interesse entre os profissionais médicos e hospitais por alguns procedimentos. Por isso, criamos um programa chamado Mais Saúde, que incentiva essas tabelas, mas, mesmo assim, as filas têm um crescimento muito vertiginoso”, explica o secretário de Saúde de Alagoas, Alexandre Ayres. “Fizemos um estudo e identificamos quais os três procedimentos cirúrgicos mais demandados em algumas áreas: a cirurgia de mioma, de pedra na vesícula e a de hérnia”, completa. Inicialmente, foi definido um número de 5 mil cidadãos alagoanos, entre mulheres e homens, para serem beneficiados, sendo a cirurgia de mioma exclusiva das mulheres. A de pedra na vesícula também tem uma incidência de 70% em mulheres. “Nós lançamos esse programa [Mais Saúde] apresentando inicialmente para todos os secretários de saúde de Alagoas, dos 102 municípios, para que pudéssemos contar com essa regionalização e ampliação com o objetivo de atender o Estado todo. E aí passamos a realizar as triagens”, explica Ayres. O diferencial do programa está na tramitação e na logística envolvida. Os pacientes, muitas vezes, conseguem acesso aos exames médicos, mas não têm acesso à cirurgia. Como os exames têm validade de 90 dias, eles perdem a chance de realizar a cirurgia. Arapiraca está inclusa em nova etapa do programa No final deste mês, o Mutirão de Cirurgias, organizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) será realizado no Jacintinho, mas a partir de fevereiro a Cidade da Saúde - que é a estrutura montada para atendimento à população, incluindo uma carreta com ambulatórios - partirá para o interior de Alagoas. Segundo maior município do Estado, Arapiraca vai selar essa nova fase de interiorização do programa, que também vai passar por União dos Palmares, Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema e Coruripe. “A ideia é abraçar todo o Estado. Fizemos um levantamento com o objetivo de realizar até 5 mil cirurgias até junho. Nós contamos com a colaboração do Cosems [Conselho de secretários municipais de Saúde], que fizeram um levantamento da demanda, e aí nós pegamos os municípios polos das nove regiões de saúde do Estado para que a gente pudesse fazer essas caravanas da saúde, revela o secretário. Com a construção dos novos hospitais em Alagoas, a ideia é que as cirurgias sejam realizadas na própria rede estadual de saúde. No Hospital da Mulher, por exemplo, além das operações via mutirão, a unidade também já começou a fazer cirurgias de maneira regular. Os pacientes estão sendo encaminhados para a unidade inaugurada no ano passado conforme Sistema de Regulação. Segundo o secretário Alexandre Ayres, “para que a gente possa reduzir essa demanda represada, mas também tenhamos essas cirurgias de maneira mais acessível”.