Saúde

Pesquisa: 18,5% dos maceioenses estão obesos

Segundo dados de levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, mais da metade da população brasileira está acima do peso

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 26/07/2019 08h23
Pesquisa: 18,5% dos maceioenses estão obesos
Reprodução - Foto: Assessoria
A pesquisa Vigitel 2018 produzida pelo Ministério da Saúde aponta que a taxa de obesidade em Maceió é de 18,5%. Entre os homens a taxa fica em 16% já entre as mulheres, o índice de obesidade chega a 20,3%. De acordo com especialistas consultados pela Tribuna Independente a má alimentação ainda é a maior vilã do excesso de peso. Em todo o país, em treze anos houve aumento de 67,8% na taxa de obesidade que passou de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. Segundo a nutricionista Mônica Costa, apesar de ter crescido nos últimos anos, desde 2015 o índice tem mantido um padrão. A especialista avalia que o grande número de obesos é resultado do alto consumo de produtos inadequados. “Esse aumento se deve a má alimentação, e a procura de alimentos prontos e rápidos, como os fast foods, alto consumo de Açúcar, gorduras, embutidos e enlatados, produtos que contêm muito sódio, além do sedentarismo. Sempre oriento no meu consultório e locais de trabalho, para comermos mais comida, e não lanches, sanduíches, salgadinhos, etc”, esclarece a nutricionista. A também nutricionista e professora de nutrição Aline Martins afirma que a alimentação inadequada cria um ciclo vicioso, uma vez que os compostos presentes em alimentos processos e industrializados causam necessidade de consumo cada vez maior. “Com essa nova forma das pessoas se alimentarem, esse boom de produtos industrializados faz com que aumente o número de pessoas obesas. Até as próprias crianças são estimuladas, seja através de mídias ou dos maus hábitos dos pais, e estão consumindo mais esses alimentos industrializados. Esses tipos de alimentos são ricos em gordura de má qualidade, as gorduras transaturadas que são utilizadas para deixar o alimento com mais sabor, mais crocante, e essa substância faz com que o indivíduo tenha cada vez mais vontade de absorver”. Outro ponto destacado pela professora é que a rotina agitada dificulta o acesso a alimentação regrada e balanceada. “Sem contar que a vida corrida faz com que as pessoas procurem produtos que sejam mais fáceis de serem absorvidos. Elas procuram nas prateleiras comidas prontas, rápidas”, aponta Martins. Estar acima do peso não é a única preocupação associada à obesidade. A nutricionista Aline Martins destaca que outras doenças estão relacionadas, inclusive transtornos psicológicos. “A partir do momento que o indivíduo tem obesidade, ele corre risco de desenvolver outras doenças como hipertensão, diabetes. Há também o fator psicológico que envolve a ansiedade, o indivíduo passa a comer mais para repelir a tristeza, por exemplo, e isso aumenta ainda mais o quadro de obesidade”, diz. Capital: 39% afirmam realizar alguma atividade física semanal   Apesar do aumento no índice de obesos em todo o país, a pesquisa Vigitel aponta que cresceu o número de pessoas que praticam atividades físicas durante a semana. Os dados mostram que 39% dos maceioenses afirmaram realizar alguma prática semanal. Mônica Costa destaca que há sim uma melhora nesse sentido. “Com certeza, houve uma melhora. Devido a tantas informações feita pela mídia, redes sociais que sempre estão mostrando alimentação mais saudável, receitas de preparações saudáveis, além da classe médica e de nutricionistas sempre focando nos problemas acarretados pela obesidade, como as doenças crônicas”, comenta. Mas segundo Aline Martins, apenas a prática de atividades não é suficiente para reduzir a obesidade. Segundo ela, 80% do processo de emagrecimento está relacionado aos hábitos alimentares. “Realmente há um momento digamos de moda, atividades físicas como o Crossfit, muita gente fazendo, só que o exercício sozinho não combate a obesidade. Só para se ter uma ideia 80% do processo de emagrecimento advém da dieta. Ir para a academia e não fazer uma dieta qualitativa e quantitativa não vai fazer com o que o individuo evite esse processo de aumento de peso. A alimentação tem que estar associada, não só para perda de peso, mas para qualidade de vida”, ressalta. A orientação segundo ela é evitar dietas da moda ou que comprometam o equilibro das refeições. Além disso, é preciso reduzir a quantidade e periodicidade de consumo dos alimentos industrializados. “Nós temos uma pirâmide alimentar, nessa pirâmide cabem todos os alimentos, inclusive aqueles que não fazem tão bem à saúde, porém esses alimentos ficam no topo, temos que fazer uso esporádico, de vem em quando. Também não adianta se desesperar e cair nas dietas da moda, porque faz com que o individuo perca peso, mas depois de um tempo acontece o processo compensatório onde a pessoa come mais e engorda mais. A solução é uma reeducação alimentar, é reorganizar a maneira de comer, tudo pode estar numa dieta. Procurar um profissional e organizar em quantidade e qualidade, os alimentos certos da maneira correta”, expõe Martins.