Saúde

Número de acidentes com escorpiões cai em Alagoas

Foram registrados 4.527 ataques de janeiro a junho deste ano contra 4.743 no mesmo período de 2017

Por Texto: Lucas França com Tribuna Independente 13/07/2018 08h32
Número de acidentes com escorpiões cai em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
As autoridades sanitárias de Alagoas registraram 4.527 ataques de escorpião de janeiro a junho deste ano, segundo o Panorama de Ataques com Escorpião do Estado. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em relação ao mesmo período do ano anterior houve uma diminuição. De janeiro a junho de 2017, foram 4.743 registros e um óbito. Já em 2018 não houve registro de mortes por picada de animais peçonhentos segundo a Sesau. No ano passado, Alagoas registrou em todo o ano 9.190 casos e apenas uma morte. De acordo com especialistas, a expressiva queda das notificações está relacionada à grande estiagem que afetou o País no ano passado, o que fez com que houvesse menor circulação de animais peçonhentos. Eles apontam que nos meses mais chuvosos e de forte calor é maior a circulação de animais peçonhentos, que buscam proteção e alimentos nessas épocas. O médico veterinário da SOS Selvagens Isaac Albuquerque explica que os animais peçonhentos mais perigosos são os escorpiões, aranhas, abelhas, maribondos, vespas, lacraias e serpentes (cascavel, coral, jararaca e surucucu) às outras não apresentam risco. Ele orienta que o primeiro passo ao avistar essas espécies é se afastar. “Não se deve manipular os animais peçonhentos com as mãos, porque eles irão picar ou morder para se defender. O primeiro passo é se afastar, jamais provocar ou tentar pegar. Deixe isso para um especialista e ligue para o bombeiro ou polícia ambiental”, explica o veterinário. Ainda de acordo com Isaac, há necessidade de evitar acúmulo de lixo, sujeira, ralos abertos ou mal tapados, restos de materiais de construção, além da presença de baratas e ratos, que é o alimento principal desses bichos. “Isso já previne os ataques. Evitar também o mato alto e entulhos ao redor da residência”, orienta. O infectologista Fernando Andrade explica que o tratamento da picada de escorpião deve ser feito sob supervisão de um especialista. “A grande maioria da picada do escorpião é leve e o paciente deve fazer o uso de analgésicos passado pelo médico. Mas, uma minoria pode apresentar uma forma grave, por isso, qualquer picada deve ser avaliada de imediato para saber se é necessário tomar o soro específico”, ressalta. O infectologista orienta ainda que caso ocorra o acidente o paciente fique calmo. “Se ocorrer um acidente, fique calmo, lave o local com água e sabão e siga o mais rápido possível para o hospital, pois o tempo é fundamentar para evitar o agravamento do acidente. Quanto mais rápido procurar atendimento, melhor. O que não se deve fazer é amarrar o local, fazendo o conhecido ‘garrote’ porque isso só irá piorar ou agravar o acidente”, recomenda. O jornalista Maxwel Monteiro levou uma picada de escorpião nas mãos, no dia 17 de junho e seguiu o que o infectologista Fernando Maia orienta, logo procurou atendimento médico. “Levei uma picada na mão. Na borda da piscina. Foi muita dor. De imediato fui ao hospital. E lá eu tomei uma dose de bloqueador no local da picada e uma injeção nas nádegas para amenizar a dor. Ainda fiquei dois dias com a mão dormente”, conta.