Saúde

Pazuello e Ernesto Araújo serão os primeiros alvos da CPI do Genocídio

Falhas na aquisição de vacinas contra Covid-19 e aposta em medicamentos sem eficácia, como cloroquina, são o ponto de partida das investigações

Por Lucas Vasques com Revista Fórum 19/04/2021 08h07
Pazuello e Ernesto Araújo serão os primeiros alvos da CPI do Genocídio
Reprodução - Foto: Assessoria
Os ex-ministros Eduardo Pazuello, da Saúde, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, serão os primeiros alvos da CPI do Genocídio, que vai apurar as ações e omissões do governo de Jair Bolsonaro no combate à pandemia do coronavírus. Senadores oposicionistas e independentes da Comissão, que são maioria, definiram como estratégia de ação questionar falhas na aquisição de vacinas contra a Covid-19 e na aposta em medicamentos sem comprovação científica, como a cloroquina, de acordo com reportagem de Julia Lindner e Jussara Soares, em O Globo. Além dos ex-ministros da Saúde, especialmente Pazuello, o ex-chanceler Ernesto Araújo, acusado de ter prejudicado a atuação do Brasil na aquisição de vacinas no exterior, será alvo principal CPI. O objetivo dos oposicionistas é tentar provar que o governo, além de ter estimulado posturas contrárias à prevenção da Covid-19, agiu deliberadamente contra prefeituras e governos do estado no combate à pandemia. “Temos que apurar, primeiro, por que a demora das vacinas no Brasil, por que um país com a nossa potência econômica está mendigando vacina, por que a gente não participou desses consórcios que foram formados. Em segundo lugar, vários fatos que aconteceram em vários estados, principalmente no Amazonas, sobre a falta de oxigênio”, afirmou o futuro presidente da CPI do Genocídio, Omar Aziz (PSD-AM). IMUNIDADE COLETIVA Humberto Costa (PT-PE), também integrante da comissão, acredita que a questão central “vai ser investigar se realmente o governo adotou uma tese de que era importante contaminar todo mundo para gerar essa imunidade coletiva”. “De resto, vamos ver as ações do governo em torno disso, como a sabotagem de medidas de prefeitos e governadores, a não aquisição de testes, a perda de validade desses testes, a falta de equipamentos de proteção individual”, ressaltou Costa.