Política

Mandetta denuncia: Bolsonaro quis alterar a bula da cloroquina

"Me pediram para entrar numa sala e estavam lá um médico anestesista e uma médica imunologista. [...] E a ideia que eles tinham era de alterar a bula do medicamento na Anvisa, colocando na bula indicação para Covid”, afirmou o ex-ministro da Saúde

Por Brasil 247 21/05/2020 08h25
Mandetta denuncia: Bolsonaro quis alterar a bula da cloroquina
Reprodução - Foto: Assessoria
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que Jair Bolsonaro queria mudar a bula da cloroquina na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o medicamento ser indicado ao tratamento de pacientes diagnosticados com coronavírus, mesmo sem comprovação científica. "Me pediram para entrar numa sala e estavam lá um médico anestesista e uma médica imunologista. [...] E a ideia que eles tinham era de alterar a bula do medicamento na Anvisa, colocando na bula indicação para Covid”, afirmou Mandetta.

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— Tesoureiros do Jair (@tesoureiros) May 21, 2020 A cloroquina ganhou destaque no noticiário nacional, após ser defendida por Bolsonaro. A Apsen é a empresa farmacêutica responsável pela produção do remédio composto por hidroxicloroquina tem como dono um eleitor bolsonarista, o empresário Renato Spallicci. A denúncia de Mandetta aumenta ainda mais a pressão em cima de Bolsonaro. Ele já descumpriu recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao comparecer a manifestações de rua, enquanto a entidade pede que as pessoas evitem aglomerações para diminuir a propagação do coronavírus. Na tentativa de atender ao lobby empresarial, Bolsonaro também pediu a reabertura de algumas atividades econômicas. Já Mandetta deixou o cargo por discordâncias sobre o gerenciamento da crise da Covid-19. Diferentemente do seu ex-chefe, o ex-ministro defendia o isolamento social como uma das principais medidas de combate à doença. De acordo com a plataforma Worldometers, que disponibiliza o ranking mundial dos casos da Covid-19, o Brasil ocupa a terceira posição, com 293 mil confirmações, atrás dos Estados Unidos (1,5 milhão) e da Rússia (317 mil). Os brasileiros também ficam em sexto lugar no ranking de mortes provocadas pela doença (18,8 mil). Em nível global são pelo menos 5,1 milhões de infectados e 330 mil mortos pela doença.