Política

STF retoma nesta quarta (23) julgamento que pode favorecer Lula

Relator da ação, ministro Marco Aurélio, defende que a pena tenha início só após esgotados os recursos

Por Brasil 247 23/10/2019 09h05
STF retoma nesta quarta (23) julgamento que pode favorecer Lula
Reprodução - Foto: Assessoria
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (23) o julgamento da constitucionalidade da prisão de condenados em segunda instância com o voto do relator das ações sobre o tema, o ministro Marco Aurélio Mello, informa o jornalista Reynaldo Turollo Jr. na Folha de S.Paulo. O ministro Marco Aurélio Mello é da chamada ala garantista do STF e um defensor da tese de que a Constituição exige que se esgotem todos os recursos antes da execução da pena de um condenado. "Ao tomar posse neste tribunal, há 28 anos, jurei cumprir a Constituição Federal, observar as leis do país, e não a me curvar a pronunciamento que não tem efeito vinculante", escreveu Marco Aurélio, criticando a jurisprudência que, desde 2016, autoriza a prisão de condenados em segundo grau. "De qualquer forma, está-se no Supremo, última trincheira da cidadania, se é que continua sendo", alfinetou. Nos últimos dez anos, o plenário do STF enfrentou esse tema ao menos cinco vezes, na maioria delas ao analisar casos concretos de pessoas condenadas, como fez ao negar um habeas corpus pedido pelo ex-presidente Lula, lembra a reportagem. Agora, o tribunal vai julgar o mérito das três ações que tratam do assunto de maneira abstrata, sem estar atrelado a um determinado réu. As ações são de autoria da OAB, do Patriota (antigo PEN) e do PCdoB. A reportagem informa que como nas vezes anteriores que abordou o tema, o Supremo está dividido: há ministros que defendem a prisão em segunda instância e ministros que entendem que é preciso esperar o trânsito em julgado (quando se esgotam os recursos). A expectativa é que a análise das três ações demore mais três ou quatro sessões plenárias, podendo se encerrar nesta quinta-feira (24) ou na semana de 6 de novembro, pois não estão previstas sessões nos dias 30 e 31 de outubro.