Política

Rodrigo Cunha diz não ter acordo com JHC para 2020

Presidente do PSDB em Alagoas, senador quer novas lideranças no partido

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 01/08/2019 08h35
Rodrigo Cunha diz não ter acordo com JHC para 2020
Reprodução - Foto: Assessoria
Rodrigo Cunha (PSDB) garante não ter acordo para apoiar João Henrique Caldas (JHC), caso o deputado federal do PSB seja mesmo candidato à Prefeitura de Maceió em 2020. A afirmação ocorreu nesta quarta-feira (31) durante café da manhã com a imprensa, realizado pelo senador para expor seus primeiros meses no mandato em Brasília. A questão foi levantada porque uma das suplentes de Rodrigo Cunha é Eudócia Caldas (PSB), mãe de JHC. Contudo, o deputado federal e o prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSDB) não possuem boa relação, ao menos pelo que se ouve nos corredores da política alagoana. “Eu tive uma experiência durante a campanha com o JHC, que foi, sim, uma pessoa que meu ajudou a caminhar em alguns locais. É um jovem também que tem recebido, pela segunda vez seguida, em Maceió a maior votação. Isso naturalmente já o credencia para isso [candidatura]. Mas, ao contrário do que muita gente escreveu, que houve um acordo falando até de eleição para governador, não assumi compromissos para a eleição municipal e ele também não assumiu comigo para uma eleição estadual”, afirma Rodrigo Cunha. O senador, que agora preside o PSDB em Alagoas, ressalta que o processo de montagem de chapa dos tucanos em 2020 precisa passar pelo prefeito da capital e que a possibilidade do nome do deputado do PSB precisa ser discutido com Rui Palmeira. “O PSDB é o partido que tem a Prefeitura da capital e o prefeito Rui Palmeira tem de ser ouvido, mas ainda não conversei com ele sobre eleições municipais. Por mais que se fale que ele não chancelaria uma candidatura do JHC, eu tenho de falar com ele sobre esse assunto, se ele tem ou não alternativa. Mas ainda não houve essa conversa”, diz o senador. Segundo ele, um dos grandes objetivos do PSDB para o próximo ano é arregimentar novas lideranças, mas sem romper com a unidade interna do partido. Ou como ele diz durante a entrevista, “sem caça às bruxas”. “O PSDB elegeu 18 prefeitos e agora está com cinco. É um partido que sempre foi forte em Alagoas e que vai crescer. Meu objetivo é esse”, diz Rodrigo Cunha. Os tucanos também comandam a segunda maior cidade de Alagoas: Arapiraca. Para 2019, a legenda pretende contar com apoio das lideranças da região com o intuito de manter a gestão do segundo maior colégio eleitoral do estado. Em relato, senador aponta 5 meses de aprendizado no Congresso   O objetivo principal do senador Rodrigo Cunha com o café da manhã com a imprensa foi de relatar os primeiros cinco meses de mandato e os motivos de determinadas escolhas que fez. Por exemplo, se debruçar sobre o funcionamento do Congresso e suas Casas, assim como entender o caminho das pedras – por assim dizer – dos recursos e ministérios em Brasília. [caption id="attachment_317571" align="aligncenter" width="640"] Antes de emitir qualquer posicionamento sobre o presidente, Rodrigo quis conhecer mais o Senado (Foto: Agência Senado)[/caption] “Nesses seis meses, eu mergulhei lá em Brasília para saber, de fato, onde estou pisando. Também me permiti ter vários tipos de experiência, em várias áreas, para ver com qual eu me identifico mais. Não deixar que ninguém me coloque no bolso e saber, de uma maneira estratégica, que a gente está numa maratona”, comenta. “Também busquei repetir algumas coisas que deram certo quando atuava como deputado estadual”, completa Rodrigo Cunha. EMENDAS O senador também falou de emendas parlamentares, instrumento muito usado por deputados de senadores em Brasília que acabou se tornando o centro da ação política deles no Congresso, na relação com prefeitos, principalmente. “Elas serão preparadas agora para o orçamento do próximo ano. Eu já sei que fazem comparações e que dizem que não trarei recursos. Sei que o farei de várias formas. No mínimo a impositiva, que também passará a fazer parte da emenda de bancada”, diz o senador ao enfatizar ser a fiscalização a principal função de um parlamentar. BOLSONARO O senador também falou o motivo de não ter repercutido as falas polêmicas do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ele, porque preferiu conhecer o terreno onde estava chegando e ocupar espaços, como a presidência da Comissão de Transparência do Senado. “Preferi isso a ser comentador de tuitadas do presidente Jair Bolsonaro. E Sim, muita coisa que ele diz não condiz com minha visão de mundo. Para dar o exemplo, cito essa fala sobre o pai do presidente da OAB e a ditadura”, diz o senador Rodrigo Cunha.