Política

Prefeito de São José da Tapera pode ser cassado nesta terça (11)

Por rombo na Previdência municipal, vereadores da cidade sertaneja julgam José Antônio Cavalcante

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 11/06/2019 08h50
Prefeito de São José da Tapera pode ser cassado nesta terça (11)
Reprodução - Foto: Assessoria
O prefeito de São José da Tapera, José Antônio Cavalcante (PSB), pode ser cassado nesta terça-feira (11) pela Câmara de Vereadores. Ele é acusado de irregularidades no Instituto de Previdência Municipal (Iaprev) de cerca de R$ 8 milhões. A sessão que vai julgá-lo tem início às 9h da manhã. O pedido de impeachment contra José Antônio foi protocolado na Câmara pelo vereador Professor Márcio (PTB), cuja autoria é de seu pai, servidor público municipal. O próprio parlamentar também faz parte dos cerca de 2 mil funcionários públicos – entre ativos e inativos – da cidade sertaneja. “Na verdade, eu tenho duplo interesse por também ser servidor”, comenta à Tribuna o vereador. “É preocupante a situação dos quase dois mil servidores por causa do risco de o Iaprev perder esse dinheiro”, completa Professor Márcio. Segundo o vereador, o próprio prefeito já admitiu o rombo no Iaprev porque pediu parcelamento – por duas vezes – da dívida do Município com o Instituto. “Naquele tempo, a dívida já passava dos R$ 8,2 milhões. Hoje deve estar mais”, comenta Professor Márcio. Segundo o vereador, o próprio prefeito já admitiu o rombo no Iaprev porque pediu parcelamento – por duas vezes – da dívida do Município com o Instituto. “Naquele tempo, a dívida já passava dos R$ 8,2 milhões. Hoje deve estar mais”, comenta Professor Márcio. Mesmo sendo o responsável pelo protocolo do pedido de cassação de José Antônio Cavalcante, o parlamentar está cético quanto ao resultado da sessão desta terça e seus desdobramentos. Ele não crê em afastamento. “Mas já foi uma surpresa a Câmara ter aprovado o prosseguimento do processo. De repente, a maioria decida cassar o prefeito”, diz. “Mesmo assim não veja grandes mudanças na política na Prefeitura, pois o vice [Dr. Pedrinho, PSC] é do mesmo grupo do José Antônio”, completa o vereador. A reportagem tentou contatar o prefeito José Antônio Cavalcante, mas sem sucesso. BLOQUEIO Em abril deste ano, o José Antônio Cavalcante teve bens e ativos financeiros bloqueados – no valor de R$ 240 mil – pela Justiça após ação civil pública do Ministério Público Estadual (MPE) contra ele e o secretário municipal de Administração e Planejamento, Diego Silva de Azevedo, por contratação ilícita de escritório de advocacia. Segundo a denúncia, os gestores contrataram o escritório por R$ 240 mil/ano ainda no início da gestão, em janeiro de 2017. A alegação deles foi de que o vínculo foi firmado para que os contratados prestassem orientação em processos licitatórios. Porém, já existia uma Procuradoria no Município. Para o juiz Thiago Lopes de Morais, autor dos bloqueios, “os réus concorreram para a incorporação, ao patrimônio particular, de rendas ou bens públicos, na medida em que deflagraram procedimento de inexigibilidade de licitação fora das hipóteses legais”.