Política

Lideranças de 10 partidos unem-se contra Bolsonaro no movimento ‘Direitos Já’

Entre as legendas estão PSDB, PDT, PT e Cidadania, cujas lideranças se encontraram para formar um grupo suprapartidário de oposição

Por Brasil 247 21/05/2019 11h13
Lideranças de 10 partidos unem-se contra Bolsonaro no movimento ‘Direitos Já’
Reprodução - Foto: Assessoria
Lideranças de dez partidos, entre eles PSDB, PDT, PT e Cidadania, reuniram-se na noite desta segunda-feira (20), em São Paulo, para organizar o lançamento do movimento "Direitos Já, Fórum pela Democracia". O objetivo é formatar um grupo suprapartidário de oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL). O encontro foi organizado pelo escritor Fernando Guimarães, do PSDB, e pelo advogado Marco Aurélio Carvalho, do PT. O movimento começou como um grupo de WhatsApp que ultrapassou 200 integrantes de vários partidos. Segundo eles, a ideia agora é lançar um manifesto e organizar um ato no Tuca, o teatro mantido pela PUC em São Paulo. Ainda não existe uma data fechada para isso. "A ideia é ver se a gente quebra o gelo e atua com uma plataforma comum", disse o advogado Pedro Serrano, que cedeu seu apartamento para o encontro. Carvalho seguiu na mesma linha e defendeu a busca por uma "pauta comum". "O que nos une é maior do que aquilo que nos divide", disse ele. 'DIRETAS-JÁ' Reportagem dos jornalistas Pedro Venceslau e Ricardo Galhardo ainda informa que Entre os cerca de 40 convidados, estavam políticos como o ex-ministro Aloizio Mercadante, o ex-prefeito Fernando Haddad e o vereador Eduardo Suplicy, todos do PT; o ex-ministro da Justiça José Gregori, o ex-senador José Aníbal e o vereador tucano Daniel Anneberg, pelo PSDB; o candidato derrotado do PSOL à Presidência, Guilherme Boulos, o presidente do PV, José Pena; José Gustavo, porta voz da Rede; além de lideranças do PDT, Cidadania, PSOL e PCdoB e dirigentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), UNE e do movimento negro. Fernando Haddad defendeu que o grupo se organize em torno de uma agenda mínima de temas como educação, relações exteriores, geração de empregos e direitos humanos, e busque a adesão do centro e do “centro- direita liberal”. “Não vou assinar um texto pró-establishment. A gente não pode jogar o jogo dele (Bolsonaro). Não tem establishment contra anti-establishment. O que tem é progresso contra atraso.” Os participantes disseram que não foram representando seus partidos. Vários deles não têm cargo relevante de direção nas siglas. Mas se comprometeram a levar o que foi discutido para suas respectivas legendas. O líder do PCdoB na Câmara, Orlando Silva, usou a palavra “degelo” para classificar o encontro. “Temos de lutar contra o sectarismo na política brasileira.” Entre os próximos passos do movimento, está tentar atrair adesões em outras regiões, como dos governadores do Nordeste. "Uma mistura dessas só vi nas Diretas-Já", disse Gregori, ao encontrar Suplicy no elevador. Os convidados que chegavam ao evento recebiam um broche onde se lia "Direitos Já".