Política

Canal do Sertão: agricultores e produtores lotam plenário da ALE e cobram funcionalidade

Deputado estadual Inácio Loiola (PDT), autor da audiência pública, defendeu construção de projetos consistentes para região onde passa canal

Por Assessoria 06/05/2019 17h20
Canal do Sertão: agricultores e produtores lotam plenário da ALE e cobram funcionalidade
Reprodução - Foto: Assessoria
Desburocratizar o uso da água do Canal do Sertão é a principal exigência dos trabalhadores e produtores rurais que anseiam transformar a região do Sertão e do Agreste em pólos de produção de hortifrutigranjeiros do Nordeste, de acordo com as proposições apresentadas e defendidas por técnicos, parlamentares e representantes de instituições e entidades na audiência pública promovida nesta segunda-feira na Assembleia Legislativa. A participação expressiva da população lotou o plenário da Casa Tavares Bastos. O deputado estadual Inácio Loiola (PDT), autor da audiência pública, defendeu a construção de projetos consistentes para a região onde passa o canal, a partir do trabalho engajado e planejado do Governo do Estado em parceria com a sociedade civil organizada. Disse que não se pode gastar próximo de R$ 3 bilhões na construção de uma obra relevante do ponto de vista social e econômico para o sertão, e até agora não ter funcionalidade. É hora de o Estado definir a política de gestão da água e ao mesmo tempo elaborar plano de segurança para evitar o uso irracional da água e o risco de animais no canal. Inácio disse que ainda é necessário elaborar um plano de preservação da obra estrutural. Porque há trechos que as raízes das árvores estão se desenvolvendo e prejudicando a base do canal. “Não se pode depois de muito custo e bilhões de reais gastos ocorrerem rompimentos, podendo perder-se toda a obra”. O secretário-executivo da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Alex Gama, diz que o Estado está atento às demandas das comunidades. É tanto que, pela primeira vez, está sendo elaborado plano de ação conjunto com equipes das três secretarias: Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Agricultura e Infraestrutura. O propósito é dar resposta rápida à sociedade por meio de projetos de perímetros irrigados em áreas dos municípios de Delmiro Gouveia, Pariconha e Inhapi. Ele disse estar confiante que em curto tempo Alagoas terá outras áreas de produção agrícola irrigada, além dos perímetros de Itiúba e Boacica, no Baixo São Francisco. E o sertão, a partir do Canal do Sertão, é a região mais promissora. Os presidentes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag), Givaldo Teles, e da Federação da Agricultura do Estado de Alagoas (Faeal), Álvaro Almeida, parabenizaram a iniciativa do deputado estadual Inácio Loiola em promover audiência pública sobre o Canal do Sertão, que pode ser a redenção social e econômica da agricultura familiar e do agronegócio. O fomento à pecuária leiteira vai fortalecer e expandir a Bacia Leiteira. Ambos defenderam maior iniciativa dos poderes públicos para com a execução da obra que se arrasta desde a década de 90. O secretário de Infraestrutura, Maurício Quintella, declarou que o Governo do Estado está buscando mais recursos em Brasília para acelerar a obra. Informou haver apenas R$ 64 milhões previstos para serem executados neste ano de 2019, o que é pouco. É preciso a bancada federal agir em relação ao Governo Federal para chegar mais dinheiro. Afirmou ainda que se precisa de mais R$ 2 bilhões para conclusão da obra até o município de Arapiraca. O ambientalista e engenheiro agrônomo Ricardo Ramalho disse que o Canal do Sertão vai mudar o panorama da região principalmente no tocante ao social. Porque já está demonstrando, por meio de pesquisas, que o uso e o aproveitamento do Canal do Sertão para abastecimento humano e cultivo de alimentos vai elevar Indíce de Desenvolvimento Humano (IDH), com melhora da nutrição e condição de vida digna. O secretário de Pesca e Agricultura, Ronaldo Lessa, reitera que os benefícios do Canal do Sertão vão promover o desenvolvimento social e econômico com impacto direto nos moldes de vida dos moradores. “Acredito nessa obra”.