Política

Operação volta a afastar auditores-fiscais do cargo

Batizada de Cavalo de Troia, investida do MPE descobriu irregularidades que geraram R$ 8 milhões de prejuízo em AL

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 28/02/2019 08h33
Operação volta a afastar auditores-fiscais do cargo
Reprodução - Foto: Assessoria
O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE) realizou ontem (27) uma coletiva de imprensa em sua sede para apresentar os detalhes da Operação Cavalo de Tróia que foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) com a finalidade de desarticular uma organização criminosa (Orcrim), comandada por um empresário e com a participação de três auditores-fiscais. Na ocasião foram cumpridos sete mandados de busca e 14 pessoas foram denunciadas e irão responder por ilícitos penais de corrupção, falsidade ideológica e lavagem de bens, dentre outros crimes. À imprensa, o coordenador do Gaesf, promotor de justiça Cyro Blatter, deu detalhes sobre a participação do empresário Wilson Bezerra Leito, que junto com os fiscais de renda José Vasconcellos Santos, Luiz Marcelo Duarte Maia – os dois já respondem a outros processos criminais na 17ª Vara Criminal. São ações penais resultantes das operações “Equis Viris” e “Polhastro II. E tanto Vasconcellos quanto Duarte, ao lado do também auditor Marcos Antônio Rocha Barroso, já foram anteriormente afastados de suas funções na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) – e Marcos Antônio Rocha Barroso. Juntos geraram um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões aos cofres do tesouro estadual. Eles (José Vasconcellos e Luiz Marcelo) atualmente cumprem medida cautelar com o uso de tornozeleira eletrônica e não podem sair de suas residências em razão da decisão de prisão domiciliar. Ainda de acordo com Cyro Blatter, a compra de cavalos de raça foi o meio encontrado para lavar dinheiro pelos auditores fiscais. Durante a operação foram apreendidos 40 animais, destes 28 estão registrados na Adeal no nome do empresário Wilson. Além disso, entre os anos de 2015 e 2017 foram criadas empresas com o objetivo de fraudar o fisco alagoano, tendo laranjas e testas de ferro como sócios. Para que essas empresas pudessem obter ilegalmente lucros, os auditores-fiscais recebiam propinas para encobrir a sonegação tributária praticada por elas. O esquema era intermediado por contadores que faziam a ponte entre o empresário e os fiscais acusados de corrupção.