Política

Receita investiga Gilmar e esposa por corrupção, lavagem e tráfico de influência

Ministro do Supremo abriu reclamação na Procuradoria e na Receita e alega abuso de poder e tentativa de atingir sua reputação

Por Cíntia Alves com Jornal GGN 08/02/2019 09h55
Receita investiga Gilmar e esposa por corrupção, lavagem e tráfico de influência
Reprodução - Foto: Assessoria
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e sua esposa, Guiomar Albuquerque, estão sendo investigados pela Receita Federal desde maio de 2018, sob a suspeita de tráfico de influência, lavagem de dinheiro, corrupção e ocultação de patrimônio. A informação foi revelada pela revista Veja nesta sexta (8). A publicação divulgou um trecho do documento da Receita que diz que “o tráfico de influência normalmente se dá pelo julgamento de ações advocatícias de escritórios ligados ao contribuinte ou seus parentes, onde o próprio magistrado ou um de seus pares facilita o julgamento. O escritório ou empresa ligada ao contribuinte também poderá estar sendo utilizada com o intuito de lavagem de dinheiro.” De acordo com Veja, em 2015, Gilmar teve uma variação patrimonial de R$ 696 mil “sem explicação”, e Guiomar apresentou “indícios de lavagem de dinheiro”. “Embora a movimentação financeira do casal seja alta (apenas em 2016, foram R$ 17,3 milhões), especialistas ouvidos pela coluna acharam a conclusão do relatório acoçada”, diz o veículo. Procurada, Guiomar se disse perplexa e indignada, e colocou à disposição da reportagem “as reuniões de contas do escritório que me dizem respeito, com a devida relação dos processos em que atuei e respectivos valores recebidos, bem como movimentação bancária e declarações de rendimentos apresentadas junto à Receita Federal com discriminação detalhada de bens e valores absolutamente compatíveis com os ganhos que obtive”. Gilmar Mendes entrou com uma petição na Procuradoria Geral da República e na Receita, alegando “abuso de poder por agentes públicos para fins escusos”, numa estratégia de ataque “reputacional”. O ministro alegou que as ilações atingiam não só sua imagem, mas o “todo o Poder Judiciário”.