Política

"Ainda não descobrimos o milagre para evitar fake news", diz presidente do TSE

Rosa afirmou que Justiça Eleitoral dará resposta “adequada” às suspeitas de compra de pacotes de envio em massa de notícias falsas na campanha eleitoral

Por Reuters 21/10/2018 17h58
'Ainda não descobrimos o milagre para evitar fake news', diz presidente do TSE
Reprodução - Foto: Assessoria
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, afirmou neste domingo que ainda não conseguiu uma solução para coibir a disseminação de notícias falsas, ainda que tenha negado qualquer erro de atuação por parte da Justiça Eleitoral. Rosa afirmou que a Justiça Eleitoral dará a resposta “adequada” às suspeitas de compra de pacotes de envio em massa de notícias falsas na campanha eleitoral, mas respeitando o prazo exigido pelo devido processo legal. “Se tiverem a solução para que se evitem ou se coíbam fake news, por favor, nos apresentem. Nós ainda não descobrimos o milagre”, disse a presidente do TSE, em coletiva ao lado de outras autoridades como o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Sérgio Etchegoyen, e a advogada-geral da União, Grace Mendonça, além do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, entre outros. A ministra se disse especialmente preocupada com as notícias falsas que têm como objetivo “minar” a credibilidade da Justiça Eleitoral e do sistema eletrônico de votação, defendido como seguro e hígido pelos presentes na coletiva e lembrou que o fenômeno das fake news ocorre em proporção mundial. Com fala mais enfática, a advogada-geral Grace Mendonça afirmou que o sistema de votação eletrônica é seguro, confiável e auditável e disse que os envolvidos têm trabalhado para garantir a regularidade do processo. “Não estamos brincando em serviço, estamos trabalhando intensamente.” PRAZO Mais de uma vez questionada sobre o risco de realização do segundo turno sob a incerteza sobre a validade do processo, após denúncias de envolvimento de empresas em envio de mensagens em massa por WhatsApp para favorecer o candidato Jair Bolsonaro (PSL), Rosa afirmou que a Justiça eleitoral “não combate boatos com boatos”. “Há um tempo para a resposta responsável. A Justiça Eleitoral combate boatos com respostas fundamentadas no âmbito das ações judiciais que lhe são propostas. E as ações judiciais exigem a observância do devido processo legal nos exatos termos da Constituição”, disse a presidente da corte. “Direito tem o seu tempo. A nossa Constituição, que é uma Constituição democrática, uma Constituição cidadã, assegura um devido processo legal... Nós, observado o devido processo legal, daremos no momento oportuno a resposta adequada.”