Política

Esquema de venda de notas fiscais sonegou R$ 12 milhões

Segundo o Gaesf, do MPE, grupo montou 17 empresas de fachada para vender notas fiscais frias; líder está foragido

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 12/09/2018 09h30
Esquema de venda de notas fiscais sonegou R$ 12 milhões
Reprodução - Foto: Assessoria
Um esquema de venda de notas fiscais a prefeituras alagoanas foi alvo da Operação Perfídia, do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf), do Ministério Público Estadual (MPE), na madrugada de ontem (11). O total sonegado, segundo o promotor de Justiça Cyro Blatter, coordenador do Grupo, é de R$ 12 milhões. O acusado de ser o “cabeça” de tudo é Victor Pontes Mendonça de Melo, cuja prisão preventiva foi decretada pela 17ª Vara Criminal da Capital, mas até a tarde desta terça ele não se entregou e é considerado foragido da Justiça. Mais dois dos onze acusados foram presos: Sérgio de Farias de Oliveira, técnico em contabilidade; Silvanio Santos Pereira, advogado e servidor comissionado no Instituto de Terras e Reforma Agraria de Alagoas, segundo o Portal da Transparência Ruth Cardoso, na função de chefe de gabinete. Silvanio Santos Pereira é o único servidor público entre os envolvidos na Operação Perfídia, de acordo com o promotor de Justiça Cyro Blatter. Ele não adiantou quantas prefeituras teriam comprado notas fiscais frias, mas disse ser “dezenas” delas. Ainda segundo o promotor, Victor Pontes de Mendonça Melo montou um esquema com 17 empresas. “Essas empresas simulam venda de tudo, de geladeira a tablets”, comenta. Cyro Blatter explicou que Victor Pontes teve mais prazo para ser preso porque não foi encontrado e seu advogado garantiu sua entrega até às 16h desta terça, o que não ocorreu. A Operação Perfídia cumpriu 22 mandados de busca e apreensão – e de prisão – e utilizou 100 policiais civis, militares e auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz). “Esses onze envolvidos na operação de hoje [terça-feira] não são uma lista fechada e mais nomes podem surgir na medida em que os técnicos da Sefaz e do Ministério Público forem desmembrando a rede que essa organização criminosa montou”, comenta Cyro Blatter. Em Maceió, os mandados foram cumpridos em residências na parte alta da cidade, inclusive num condomínio de luxo. Uma papelaria no Barro Duro também foi alvo, com a apreensão de documentos e veículos. Nela, os membros da Perfídia encontraram eletrodomésticos e outros materiais sem relação com material gráfico. Também foram realizadas buscas nas cidades de Arapiraca, Satuba, Rio Largo e Atalaia. Foram apreendidos, além de documentos, cinco veículos e um caminhão. Os acusados responderam pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documentos públicos e sonegação fiscal. A participação de prefeitos e gestores municipais só será judicializada após análise dos documentos apreendidos. ITERAL O Iteral não se pronunciou sobre prisão de seu chefe de gabinete. Segundo sua assessoria de comunicação, “até a diretoria obtiver mais informações”.