Política

PGR reforça para que STF confirme rescisão de acordo de colaboração de Wesley Batista

Para Raquel Dodge, existem fundamentos suficientes para a rescisão dos acordos de colaboração firmados pelos delatores em maio de 2017

Por G1 19/05/2018 11h01
PGR reforça para que STF confirme rescisão de acordo de colaboração de Wesley Batista
Reprodução - Foto: Assessoria
Em documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (18), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reiterou o pedido para que seja homologada a rescisão dos acordos de colaboração premiada firmados pela Procuradoria-geral da República (PGR) com o empresário Wesley Batista e Francisco de Assis e Silva, sócio-proprietário e executivo do grupo J&F. A PGR rescindiu os acordos em fevereiro, mas a rescisão definitiva depende de homologação do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo. Segundo a PGR, Wesley Batista e Francisco de Assis descumpriram termos do acordo de colaboração e "omitiram, de forma intencional, fatos criminosos dos quais eles já tinham conhecimento" quando fecharam o acordo com o Ministério Público Federal. Validade das provas As provas colhidas, no entanto, são válidas, de acordo com a PGR, e demonstram o conhecimento dos delatores da suposta atuação ilícita do ex-procurador da República Marcello Miller. Segundo a PGR, o ex-procurador prestou "relevante assessoria ao grupo J&F para auxiliá-lo na concretização dos acordos de leniência e de colaboração premiada". No documento enviado ao Supremo, Raquel Dodge apresenta diversos trechos que identificam o auxílio do então procurador Marcelo Miller na condução da colaboração premiada e do acordo de leniência firmados com executivos da J&F. De acordo com a PGR, a análise de mensagens trocadas em grupo de WhatsApp no celular de Wesley Batista, apreendido na Operação Lama Asfáltica, demonstra que o ex-procurador da República era peça importante na condução da colaboração premiada. A procuradora-geral afirma que, com isso, fica demonstrado que não procede a alegação da defesa de que Marcelo Miller “auxiliou os executivos do grupo J&F apenas quanto ao futuro acordo de leniência, não o fazendo quanto à colaboração premiada”.