Polícia

Suspeito de estuprar adolescente com TEA já foi preso por pornografia e denunciado por zoofilia

Professor ministrava aulas de geografia em escolas particulares para alunos do 6º ao 8º ano e teve vínculos com escolas públicas

Por Tribuna Hoje com agências 17/09/2025 16h33 - Atualizado em 17/09/2025 19h40
Suspeito de estuprar adolescente com TEA já foi preso por pornografia e denunciado por zoofilia
Suspeito de estuprar adolescente autista foi preso na madrugada desta quarta-feira - Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) confirmou que o professor de geografia, suspeito de estuprar um adolescente de 13 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), já foi preso por armazenamento de pornografia infantil e também denunciado por crime de zoofilia. O homem foi detido nessa terça-feira (16), um dia após o crime contra o menor.

Conforme as investigações, o professor é formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e leciona em escolas particulares de Maceió. O suspeito também já teve vínculos com escolas públicas. Atualmente, ministrava aulas para alunos do 6º ao 8º ano.

De acordo com a polícia, o professor manteve conversas com o menor por meio das redes sociais e teria marcado encontro com a vítima nessa segunda-feira (15).

Ainda conforme a investigação, no dia do crime, a mãe do adolescente teria levado o outro filho para uma consulta médica e deixado a vítima em casa. O professor teria enganado os funcionários do condomínio, levado o adolescente para um carro e, em seguida, se deslocado para o bairro da Serraria, onde cometeu o crime.

"O que temos, até o momento, é que eles mantinham contatos pelas redes sociais por alguns meses. Eles teriam marcado esse encontro na última segunda-feira, 15. A mãe da vítima procurou a polícia e disse que esse professor se passou pelo pai do adolescente. E, com isso, ele conseguiu enganar os funcionários do condomínio para que acompanhassem esse adolescente até o veículo usado no crime", explicou a delegada Talita Aquino, que está à frente das investigações.

Câmeras de segurança conseguiram flagrar a ação do suspeito. Segundo a polícia, as imagens foram essenciais para a identificação do homem.

"Com imagens de câmeras de segurança do condomínio onde a vítima morava, nós conseguimos visualizar o adolescente entrando no veículo do autor e, através dessas imagens, nós conseguimos identificar a placa do veículo e, finalmente, descobrir quem seria o proprietário, que é o suspeito do crime", finalizou a delegada.

Professor atraiu vítima de 13 anos em Maceió (Foto: Reprodução / TV Pajuçara)



CASO


Uma mulher procurou a polícia para denunciar que o filho, de 13 anos e com autismo, foi vítima de estupro em Maceió, na última segunda-feira (15). O menino sofreu a violência sexual após sair de casa e entrar em um veículo que o aguardava fora do condomínio, na Serraria.

A mãe, que não quis se identificar, falou em entrevista para uma emissora de TV local que o autor do crime estacionou o carro, um Polo prata, na rua em frente ao residencial. O suspeito estaria em contato com o filho dela por meio de aplicativo de mensagens.

O adolescente aparece nas imagens da câmera de segurança acompanhado de um funcionário do condomínio, que o leva até o veículo, e o menino afirma ser o pai dele o condutor. Mas o funcionário retornou para o condomínio e avisou a mãe sobre a saída do menor. Ao descrever as características físicas do motorista, o relato causou estranheza à mãe.

"Eu recebi a mensagem do porteiro do condomínio de que meu filho tinha acabado de sair com o pai. Ele afirmou que o acompanhou até o carro, mas quem estava dirigindo era um homem com barba e tatuagem. Me desesperei, pois o pai do meu filho não tem tatuagem. Imediatamente pedi para meu outro filho entrar em contato com o pai. Aí ele disse que não estava com meu filho", relatou a mãe durante a entrevista.

Aflita por cerca de uma hora, o filho retornou para casa, deitou na cama e começou a chorar, vindo a revelar o estupro que sofreu. O adolescente estava assustado, com ânsia de vômito, e falou ter sido tocado e que houve penetração.

Confira nota do condomínio na íntegra:


"Comunicamos, com imenso pesar, que um ato de violência sexual foi cometido contra uma criança moradora do nosso condomínio.

Em virtude do lamentável incidente, o Condomínio Vale Verde vem a público se manifestar, buscando esclarecer os fatos e solicitar a colaboração de todos.

É importante ressaltar que o condomínio, nem qualquer funcionário, tem qualquer responsabilidade sobre a tragédia. A agressão não ocorreu nas nossas dependências. O incidente foi resultado de uma ação criminosa de um agressor sexual que se aproximou da criança através de redes sociais, enganando-a e cometendo o abuso.

Neste momento, a família da criança está recebendo todo o apoio jurídico necessário, por meio da assessoria legal do condomínio. A Polícia e a família da vítima pedem, encarecidamente, para que a comunidade pare imediatamente o compartilhamento do caso em grupos e redes sociais. O criminoso ainda está foragido, e a divulgação de informações sensíveis pode comprometer a investigação e a sua prisão.

Gostaríamos de esclarecer o suposto envolvimento de um funcionário do condomínio. Houve uma triste coincidência: o carro do pai da criança (que não mora no condomínio) é do mesmo modelo, cor e ano do carro do agressor. A própria criança, acostumada a ser buscada por seu pai, informou ao nosso funcionário que o pai a estaria esperando no veículo, e a identidade dos carros corroborou a informação. O funcionário que aparece nas filmagens não conhecia o pai, apenas o veículo, pois o pai não costuma desembarcar, apenas buscar o filho já dentro do veículo. A intenção de ter ido até o carro foi uma preocupação do funcionário, visto que o carro estava estacionado a uma longa distância. Ao chegar no carro, a criança teria reconhecido o suposto pai. Tais fatos nos dão a certeza de que nenhum de nossos funcionários que trabalhavam no fatídico dia teve qualquer envolvimento ou negligenciou a criança.

Insta esclarecer que as diligências dos nossos funcionários, no momento do ocorrido, foram fundamentais para o retorno seguro da criança e para a identificação do criminoso.

As filmagens que circularam em grupos de mensagens não foram vazadas pelo condomínio. A própria mãe da criança, em um esforço para identificar o carro do agressor, solicitou e compartilhou as imagens em diversos grupos.
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