Polícia
Família do pai do garoto Anthony Levy é ameaçada
Justiça converte flagrante em prisão preventiva e Matheus Soares já foi levado para presídio; parentes não são investigados
O delegado Sidney Tenório revelou, na sexta-feira (31/5), que a família de Matheus Soares, o pai que matou o filho Anthony Levy, de quatro anos, por envenenamento, vem sofrendo ameaças por meios de grupos de WhatsApp.
O delegado fez questão de esclarecer que os parentes não estão sendo investigados porque não há envolvimento deles no crime. E acrescentou que os envolvidos nas ameaças podem responderem criminalmente.
O laudo conclusivo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a causa da morte de menino Anthony Levy deverá ficar pronto até a primeira quinzena deste mês de junho.
Matheus Soares teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva pela Justiça Alagoana, durante o feriado de Corpus Christi, no último dia 30 de maio. Ele foi encaminhado ao presídio, na Cidade Universitária. À polícia, ele confessou ter matado o filho ao colocar veneno de rato no mingau da criança e depois tê-lo levado à creche, como se nada tivesse feito.
Na próxima segunda-feira, dia 3 de junho, o inquérito com todo o material apreendido será enviado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que dará continuidade à investigação. O delegado terá dez dias para concluir o inquérito por conta da prisão preventiva.
O delegado Sidney Tenório explicou ainda que já foram ouvidas cinco pessoas entre as quais funcionários da creche, a mãe da criança, a pessoa que vendeu o veneno e o policial que fez a apreensão do recipiente.
Outros funcionários da creche e demais parentes também serão ouvidos pela polícia.
O IML encontrou uma substância no suco gástrico de Anthony Levy e encaminhou para análise no Laboratório de Toxicologia do Instituto de Criminalística. O exame cadavérico constatou como morte por insuficiência respiratória por meio de agentes químicos.
Matheus Soares apresentou como motivação para o crime a vontade de se vingar da sua ex-esposa, mãe da criança, com quem foi casado durante oito anos. Eles estavam separados há seis meses. No velório, ele chegou a lamentar a morte do filho e afirmou estar sem condições emocionais para falar com a imprensa. Matheus Soares praticou filicídio, ato deliberado de uma mãe ou pai a matar o seu próprio filho ou filha.
Segundo o delegado, o plano do pai para matar o filho começou no último dia 22 de maio, quando, usando um cartão de crédito, ele comprou o veneno, por R$ 13,00, em um mercadinho, no Jacintinho. Às autoridades policiais, ele confessou ter planejado por alguns dias o crime até o momento de consumá-lo.
De acordo com o delegado, Matheus Soares não demonstrou qualquer tipo de sentimento durante o interrogatório. “Ao ser indagado se estava arrependido, ele ficou calado, não falou mais nada”, revelou o delegado Sidney Tenório.
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