Polícia

Prisão de pai suspeito de matar filho envenenado é convertida em preventiva

Por Tribuna Hoje 30/05/2024 18h39
Prisão de pai suspeito de matar filho envenenado é convertida em preventiva
Anthony Levy morreu após passar mal em escola da rede pública municipal - Foto: Acervo Pessoal

A prisão em flagrante de Matheus Soares foi convertida em preventiva pela Justiça alagoana, nesta quinta-feira (30). A decisão é do juiz plantonista Caio Nunes de Barros. Pai do pequeno Anthony Levy Nascimento dos Santos, de 4 anos, Matheus Soares confessou ter envenenado o próprio filho com "chumbinho" para se vingar da ex-mulher e mãe da criança. Ele teria comprado no bairro do Jacintinho por R$ 13 para colocar na comida do filho.

A criança morreu, na segunda-feira (27), após passar mal em uma escola municipal no São Jorge, em Maceió. O menino começou a passar mal 20 minutos após o pai deixá-lo na escola. A criança foi socorrida por funcionário do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI).

Matheus Soares foi preso, nessa quarta-feira (29), um dia após o sepultamento da criança, que fazia 5 anos naquela data. No velório, ele chegou a lamentar a morte do filho.

A prisão ocorreu após a polícia analisar imagens de câmeras de segurança da creche onde a criança estudava. As imagens mostram Matheus Soares jogando o frasco contendo a substância que matou o menino. À polícia ele acabou confessando o crime.

SOCORRO

A Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed) disse que a criança foi socorrida por funcionários da escola e levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima, no bairro do Jacintinho, onde chegou a receber atendimento médico, mas não resistiu.

O Instituto Médico Legal (IML) encontrou uma substância no suco gástrico de Anthony Levy e encaminhou para análise. De acordo com o delegado Sidney Tenório, a morte de Anthony foi comunicada pela Prefeitura de Maceió, depois que ele passou mal quando estava em uma creche municipal.O delegado detalhou os procedimentos da investigação.

"Inicialmente, é bom colocar que fomos procurados pela Prefeitura de Maceió, através de alguns órgãos, que fazem parte dessa cadeia de segurança e educação, para nos dizer que houve essa morte. Para dizer que a criança passou mal ainda na escola, foi levada a uma UPA próxima da escola onde lá veio a falecer", pontuou.

Conforme a autoridade policial, nesta quarta, a polícia iria recolher mas informações sobre o caso e conforme o laudo do IML. "Seria uma morte clínica, natural. O menino passou mal e morreu. Mas o corpo foi levado ao IML e por lá foi realizado um exame cadavérico que constatou como morte por insuficiência respiratória por meio de agentes químicos. Ou seja, o legista com o qual iremos conversar ainda detectou que havia alguma substância no estômago do menino’’, comentou.

Com isso, de acordo com o delegado, a investigação avançou e resultou na prisão do pai de Anthony Levy. Na segunda-feira, os pais da criança afirmaram que ele era saudável e que não fez nenhuma queixa quando foi levado à escola pelo pai.

Em nota, o IML falou que em relação ao exame cadavérico realizado no corpo do menino, com suspeita de morte por intoxicação, a chefia especial do Instituto Médico Legal Estácio de Lima informou que durante a necropsia foi encontrado no suco gástrico uma substância estranha ao corpo, que foi coletada e será encaminhada para análise no Laboratório de Toxicologia do Instituto de Criminalística. A causa da morte da criança será confirmada após o resultado desse exame complementar.

O laudo do IML identificando a possível causa da morte deve ser concluído em 15 dias.