Polícia

Corpo encontrado às margens da Lagoa Mundaú é do estudante Sinézio Ferreira

Vítima de 33 anos estava desaparecida há mais de duas semanas quando saiu para entregar um chip de celular no Benedito Bentes

Por Lucas França com Tribuna Hoje 05/03/2023 18h17 - Atualizado em 06/03/2023 06h12
Corpo encontrado às margens da Lagoa Mundaú é do estudante Sinézio Ferreira
Sinézio Ferreira, 33 anos - Foto: Acervo pessoal

Foi confirmado na tarde deste domingo (5), que o cadáver encontrado em avançado estado de decomposição às margens da Lagoa Mundaú, no Pontal da Barra, nesse sábado (4), é do estudante de Direito e líder comunitário Sinézio Ferreira da Silva Júnior, de 33 anos, que estava desaparecido desde o dia 15 de fevereiro quando saiu para supostamente entregar um chip de telefone no Benedito Bentes, parte alta de Maceió. 

O exame cadavérico constatou que a vítima estava com as mãos amarradas e foi executada com tiro na parte de trás da cabeça, com saída na região do olho. A confirmação foi feita por um dos delegados do caso, Igor Diego.

O corpo de Sinézio Ferreira foi encontrado por um pescador da região. O cadáver apresentava um afundamento na região do crânio e estava vestido com camisa, calça e tênis, e estaria também com um agasalho na cor preta e mãos amarradas para trás.


O estudante desapareceu  quando saiu de casa no bairro da Serraria para encontrar um amigo no Benedito Bentes  para entregar  um chip de telefone, mas não retornou para casa. Segundo testemunhas, a vítima teria sido colocada em um carro por homens com fardamentos da polícia. Até então, a polícia trabalhava com a hipótese de que ele  poderia estar vivo.

Para a polícia, o desaparecimento e a morte do jovem tem ligação direta com a atuação de uma facção criminosa que atua na região do litoral norte de Maceió e é responsável por homicídios e tráfico de drogas.

Na sexta-feira (3), após uma denúncia anônima, a Polícia Civil com apoio de militares do Corpo de Bombeiros encontraram a moto de Sinézio em rio no Distrito Saúde, no Litoral Norte da capital. 

Nesse sábado (4), após o achado do corpo, a família de Sinézio foi avisada que poderia ser ele, mas não tiveram acesso para o reconhecimento na ocasião. A Polícia Civil também preferiu aguardar a confirmação após os exames para divulgar a imprensa. 

Nesta tarde, a família reconheceu o corpo no  Instituto Médico Legal (IML).

A chefia especial do Instituto Médico Legal Estácio de Lima (IML de Maceió) confirmou que identificou na tarde deste domingo (05), o corpo encontrado sendo de Sinézio.

EXAME

Segundo a perita odontolegista Claudia de Melo Ferreira, o cadáver foi identificado através do exame odontolegal. A arcada dentária do corpo encontrado foi analisada e comparada com uma radiografia panorâmica da arcada dentária da vítima desaparecida, fornecida pela família, que permitiu a realização do exame e a confirmação da identidade oficial.

O exame cadavérico realizado no corpo confirmou que Sinézio Ferreira foi morto com um único disparo de arma de fogo na região da cabeça. De acordo com a necropsia, o projetil entrou na região de trás do crânio e transfixou saindo na face.

O IML confirmou que o resultado dos exames foi repassada para a Deic que investiga o caso. A família do estudante e líder comunitário também já foi avisada da identificação e da conclusão do exames para fazer a retirada do corpo e realizar o sepultamento do cadáver.

O CASO

Sinezio Ferreira, 33 anos, teria sido levado por quatro pessoas vestidas com fardamento da polícia, que o colocaram dentro de um carro. O caso é semelhante ao que aconteceu em Ipioca, há quase dois meses, com o homem identificado como Maxuel, o "Maruin".

O caso foi levado para a Divisão de Investigação e Capturas (DEIC), nessa segunda-feira (27), que trata o caso, até o momento, como sequestro.

O estudante foi visto pela última vez, no dia 15 de fevereiro, quando saiu do bairro de Ipioca para ir ao Benedito Bentes entregar um chip a um amigo e daquele dia para cá não foi mais visto e nem a família teve notícias.