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'Zootopia 2', 'Bugonia' e 'Morra, Amor' chegam aos cinemas

Continuação da animação premiada é o maior lançamento da semana no circuito cinematográfico, que também recebe dramas com Emma Stone e Jennifer Lawrence

Por Pipoca Moderna 27/11/2025 17h08
'Zootopia 2', 'Bugonia' e 'Morra, Amor' chegam aos cinemas
'Zootopia 2', 'Bugonia' e 'Morra, Amor' chegam aos cinemas - Foto: Reprodução

O lançamento de “Zootopia 2”, sequência da animação vencedora do Oscar de 2017, é a maior novidade desta quinta (27/11) no circuito cinematográfico com distribuição ampla nos multiplexes nacionais. A programação também destaca “Bugonia”, com Emma Stone, e dois filmes que abordam as dores da maternidade: “Morra, Amor”, com Jennifer Lawerence e Robert Pattinson, e a comédia nacional “Mãe Fora da Caixa”. O circuito limitado ainda oferece “Quase Deserto”, estreia do diretor José Eduardo Belmonte em cenários americanos, e três filmes premiados: o drama brasileiro “A Natureza das Coisas Invisíveis” e os documentários “Apolo” e “Guarde o Coração na Palma da Mãe e Caminhe”. Confira todos os detalhes.

ZOOTOPIA 2



A sequência da animação vencedora do Oscar de 2017 traz os detetives Judy Hopps e Nick Wilde em uma nova investigação na metrópole animal. Desta vez, a dupla precisa solucionar o mistério envolvendo a chegada de um réptil desconhecido que ameaça a ordem da cidade. A direção é assinada novamente por Jared Bush e Byron Howard, responsáveis pelo primeiro filme e por “Encanto”.

O enredo explora novas regiões de Zootopia e testa a parceria entre a coelha policial e a raposa malandra, agora oficialmente parceiros na força policial. O roteiro de Bush introduz personagens inéditos, incluindo Gary, uma cobra perseguida pela dupla, e Marsh, um castor nervoso. A produção mantém o foco na comédia de ação e na dinâmica de “buddy cop” que consagrou o original, expandindo o universo para além dos distritos já conhecidos.

O elenco de vozes originais conta com Ginnifer Goodwin e Jason Bateman reprisando os papéis principais, além da adição de Ke Huy Quan (“Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”) e Fortune Feimster (“Fubar”). A animação mantém a crítica social sutil sobre preconceito e convivência, marca registrada da franquia, embalada por uma narrativa de mistério policial acessível ao público infantil.

BUGONIA




O thriller de ficção científica que volta a juntar o diretor grego Yorgos Lanthimos e a atriz Emma Stone após “A Favorita” (2018), “Pobres Criaturas” (2023) e “Tipos de Gentileza” (2024) é um remake da comédia sul-coreana “Save the Green Planet!” (2003). A história segue dois jovens conspiracionistas, vividos por Jesse Plemons (“Guerra Civil”) e o estreante Aidan Delbis, que sequestram a poderosa CEO de uma farmacêutica, interpretada por Emma Stone (“La La Land”), convencidos de que ela é uma alienígena planejando a destruição da Terra.

A trama se desenvolve como um tenso jogo psicológico no cativeiro, onde os sequestradores submetem a executiva a torturas bizarras para provar sua origem extraterrestre. O roteiro de Will Tracy (“Succession”) adapta o humor ácido e a violência estilizada do original coreano para um contexto ocidental, explorando a paranoia moderna e a disseminação de fake news. O elenco de apoio inclui Alicia Silverstone (“As Patricinhas de Beverly Hills”), em uma narrativa que oscila entre o suspense claustrofóbico e a sátira social. A produção é assinada por Ari Aster (“Hereditário”), garantindo o tom inquietante característico do projeto.

MORRA, AMOR



Baseado no aclamado romance da escritora argentina Ariana Harwicz, o suspense psicológico dirigido pela escocesa Lynne Ramsay (“Precisamos Falar Sobre o Kevin”) acompanha uma mulher, vivida por Jennifer Lawrence (“Jogos Vorazes”), que luta contra a depressão pós-parto e impulsos violentos enquanto se sente aprisionada em seu casamento e na maternidade no interior rural dos Estados Unidos.

Robert Pattinson (“Batman”) interpreta o marido, cuja tentativa de manter a normalidade familiar apenas intensifica a crise da protagonista. O filme mergulha na psique fraturada da personagem, utilizando uma narrativa não linear e visualmente agressiva para traduzir seu desespero e alienação. A adaptação transpõe a visceralidade do livro para a tela, mantendo o foco na desintegração mental e na violência latente das relações familiares.

O longa marca o retorno de Ramsay à direção após um hiato de seis anos, e conta com produção de Martin Scorsese, conferindo prestígio ao projeto que aborda tabus da maternidade e da vida doméstica. O elenco de apoio inclui LaKeith Stanfield (“Judas e o Messias Negro”) e Sissy Spacek (“Carrie, a Estranha”).

MÃE FORA DA CAIXA




A comédia nacional adapta a peça teatral homônima e o livro best-seller de Thaís Vilarinho, abordando a maternidade sem filtros. A trama acompanha Manu, interpretada por Miá Mello (“Meu Passado Me Condena”), uma mulher bem-sucedida e controladora que vê sua rotina virar de cabeça para baixo com a chegada da primeira filha. O filme tem direção de Manuh Fontes, estreante em longas-metragens, e aposta no carisma de Miá Mello, que já havia protagonizado a versão teatral da obra com grande sucesso de público.

O roteiro desconstrói a romantização da maternidade ao focar nos desafios práticos e emocionais do puerpério, desde a privação de sono até as crises de identidade que acompanham o nascimento dos filhos. A produção busca identificação imediata ao retratar situações caóticas do cotidiano familiar . O elenco também destaca Danton Mello (“Predestinado”) como o marido que tenta navegar a paternidade com mais leveza, gerando conflitos cômicos e momentos de reflexão sobre os papéis parentais.

QUASE DESERTO




O cineasta José Eduardo Belmonte (“Alemão”) incursiona pelo cinema americano com este thriller ambientado em uma Detroit pós-pandêmica e decadente. A trama acompanha dois imigrantes latinos indocumentados, vividos pelo brasileiro Vinícius de Oliveira (“Central do Brasil”) e pelo uruguaio Daniel Hendler (“O Abraço Partido”), que se tornam testemunhas acidentais de um assassinato. Ao salvarem a única sobrevivente do crime, uma mulher americana com uma síndrome rara interpretada por Angela Sarafyan (“Westworld”), eles se veem obrigados a fugir por uma cidade em ruínas.

A narrativa mistura elementos de filme de perseguição com comentário social, utilizando a paisagem urbana desolada como metáfora para a invisibilidade dos imigrantes nos Estados Unidos. O trio improvável precisa navegar por um cenário hostil onde as barreiras de linguagem e a falta de status legal alimentam a necessidade de anonimato dos protagonistas. Belmonte adota uma estética do filme noir para explorar temas como imigração, xenofobia e a falência das estruturas sociais dos Estados Unidos.

A NATUREZA DAS COISAS INVISÍVEIS



O longa de estreia da diretora Rafaela Camelo narra o encontro sensível entre duas meninas de dez anos, Glória e Sofia, nos corredores de um hospital em Brasília. Glória, que passa as férias no local onde a mãe trabalha, e Sofia, neta de uma paciente terminal, desenvolvem uma amizade marcada pelo desejo mútuo de escapar daquele ambiente asséptico e opressor. A narrativa aborda o luto e a infância através de uma perspectiva lúdica, onde a imaginação serve como refúgio contra a realidade dura da doença.

O elenco conta com a presença de Camila Márdila (“Que Horas Ela Volta?”) e destaca as atuações naturais das jovens protagonistas. Quando a despedida se torna inevitável, a história se desloca para o interior de Goiás, transformando a jornada das garotas e suas mães em um rito de passagem. O filme aposta em uma atmosfera onírica e contemplativa para tratar de temas como a finitude e a memória, evitando o melodrama em favor de uma observação sutil das relações afetivas em momentos de crise.

A produção circulou por diversos festivais antes de chegar ao circuito comercial, vencendo o Prêmio do Júri nos festivais de Gramado e Mix Brasil.

GUARDE O CORAÇÃO NA PALMA DA MÃO E CAMINHE



O documentário franco-palestino registra a troca de correspondências visuais entre a cineasta iraniana Sepideh Farsi (“The Siren”) e a fotojornalista palestina Fatma Hassona durante o conflito em Gaza. A produção reúne mais de 200 dias de diálogos digitais que capturam o cotidiano sob bombardeios, preservando a memória de uma região devastada pela guerra. O filme estreou no Festival de Locarno e adquiriu um caráter póstumo trágico, pois Hassona foi morta em um ataque aéreo israelense um dia após a seleção do longa para o Festival de Cannes.

A narrativa é construída exclusivamente por meio dessas interações remotas, sem narração externa ou imagens de arquivo, focando na intimidade e na urgência do presente. O título deriva de uma frase dita por Hassona, que descreve a sensação de caminhar pelas ruas de Gaza segurando a própria vida nas mãos. A obra evita o sensacionalismo gráfico, optando por uma abordagem humana que destaca a resistência civil e a fragilidade da existência em zonas de conflito.

A direção de Farsi utiliza a montagem para criar um diálogo visual entre o exílio e o front, conectando experiências distintas de deslocamento e opressão. O filme serve como um testemunho histórico direto, validado pela crítica internacional por sua sobriedade e relevância histórica.

APOLO




Vencedor do prêmio de Melhor Documentário no Festival do Rio 2025, o filme acompanha a jornada de Ísis Broken e Lourenzo Duvale, um casal trans que engravida naturalmente durante a pandemia. A direção é dividida entre a própria Ísis Broken e a atriz Tainá Müller, em sua estreia como cineasta. A obra documenta desde a descoberta da gestação até o nascimento do filho, Apolo, expondo as barreiras do sistema de saúde.

O documentário denuncia a transfobia institucional enfrentada pela família, como a recusa de atendimento pré-natal a Lourenzo, o pai gestante, em unidades públicas de saúde. A narrativa combina registros íntimos do cotidiano do casal com a luta política por reconhecimento e dignidade, destacando a mudança de Aracaju para São Paulo em busca de acolhimento médico adequado.

A produção da Biônica Filmes e Capuri utiliza uma abordagem pessoal e militante para discutir novos modelos familiares e direitos reprodutivos de pessoas trans. O filme também foi premiado pela trilha sonora original de Plínio Profeta e se posiciona como um registro histórico sobre a parentalidade transmasculina no Brasil, país com altos índices de violência contra a população LGBTQIA+.

CONFIRA A MATÉRIA ORIGINAL NO ENDEREÇO https://pipocamoderna.com.br/2...