Polícia

Vítimas de golpe da casa própria denunciam falsos corretores de imóveis

Supostos estelionatários ofertavam chaves de casas e apartamentos por meio de sorteio

Por Tribuna Hoje 05/02/2021 10h31
Vítimas de golpe da casa própria denunciam falsos corretores de imóveis
Reprodução - Foto: Assessoria
Atualizada às 18h00 Dezenas de vítimas estão na manhã desta sexta-feira (5), na Delegacia de Fernão Velho, em Maceió, para denunciar falsos corretores de imóveis que alegaram promessa de casa própria por meio do Programa Minha Casa Minha Vida. Uma das vítimas, Laércio Oliveira, disse que pelo menos 12 pessoas seriam os estelionatários que se passaram por profissionais para 'vender' chaves de casas e apartamentos na parte alta da capital por meio de sorteios. "O valor do prejuízo das vítimas das falsas casas habitacionais está em torno de R$ 1 milhão. Quanto maior a entrada os falsos corretores diziam que abatia nas parcelas posteriores. O valor do investimento inicial era de R$ 700 de entrada, mas teve gente que pagou muito mais até R$ 15 mil. As parcelas ficariam em torno de R$ 200 a prestação do financiamento", explicou Laércio. As vítimas sem desconfiarem de nada ainda chegaram a assinar um suposto contrato, porém o documento, segundo elas, seria falso. Um dos suspeitos, de acordo com Laércio, até exibe fotos nas redes sociais em meio a montantes de dinheiro. As casas habitacionais estavam sendo construídas há cerca de cinco anos, conforme Laércio Oliveira, no Benedito Bentes 2 e no Eustáquio Gomes. "Já rola há alguns anos isso, os corretores não eram de imobiliária e nem da Caixa Econômica Federal, eles se passavam por corretor de imóveis, agora o golpe já afetou mais de 500 pessoas, estamos desesperados porque era nosso único investimento financeiro para a tão sonhada casa própria. Queremos nosso dinheiro de volta", desabafou. GRUPO POR APLICATIVO De acordo com as vítimas, os falsos corretores se comunicavam com as pessoas lesadas por meio de grupo em um aplicativo de mensagens e a todo o momento, eles alegavam que os imóveis estavam garantidos. As vítimas assinavam um pré-contrato e só depois descobriram que eram falsos. “A gente assinava um pré-contrato falso, inclusive usando a Caixa Econômica Federal. Após pagar o valor, eles falam que o contrato original, pegaríamos depois. Neste grupo no WhatsApp, ninguém fala mais nada. Só diz que vai entrar com um advogado, que estava sendo ameaçada. Ameaçada de quem? Nós que fomos lesados, não ela. Soubemos que comprou uma padaria em Joaquim Gomes. Todos eles estão com carros e empreendimentos”, informou uma das vítimas. O representante das vítimas, Wellington Dias, disse que o inquérito policial foi aberto, e na medida em que surjam novas pessoas lesadas pelos golpistas podem procurar a delegacia para fazer o Boletim de Ocorrência (BO). "O delegado plantonista Valdor Coimbra Lou já identificou os suspeitos e dará prosseguimento as investigações", frisou Wellington. Posicionamento da Caixa Econômica 

A reportagem do portal Tribuna Hoje entrou em contato com a  Caixa para saber como as pessoas devem agir   e como funciona as vendas destes tipos de imóveis. Em resposta a instituição esclarece que os imóveis dos empreendimentos construídos no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida – Faixa I – FAR não podem ser vendidos, alugados ou cedidos a qualquer termo, durante o prazo de 120 meses. Os beneficiários são indicados seguindo critérios específicos estabelecidos nas Portarias 163/2016 do Ministério das Cidades e 2.081/2020 do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Nas demais linhas de financiamentos habitacionais, a Caixa ressalta que não recebe qualquer valor a título de entrada. ''Nessas transações, a entrada é negociada diretamente entre o comprador e o vendedor, e nenhuma pessoa física ou jurídica está autorizada a receber valores em nome do Banco''.

A instituição esclarece ainda  que utiliza diversos recursos para proteger as contas e as operações financeiras de forma a garantir a segurança das transações. Mas apesar dos dispositivos de segurança, o banco recomenda estar sempre atento a qualquer atividade e situação não usual.

Por fim, reforça que atua de forma conjunta com os órgãos de segurança pública para mitigar riscos de fraudes e garantir um nível adequado de segurança de suas operações. A área de segurança do banco realiza o monitoramento e mapeamento de incidentes, em colaboração com os órgãos competentes, com o objetivo de coibir eventuais tentativas de fraudes e golpes.

O banco disponibiliza orientações de segurança em seu portal da internet (http://www.caixa.gov.br/seguranca/Paginas/default.aspx) e em suas agências com o objetivo de alertar seus clientes quanto a golpes, seja por e-mails spam, sites falsos, presencialmente ou por telefone. Em casos de dúvidas, os clientes têm à disposição os canais de atendimento ao cliente CAIXA, tais como SAC/Ouvidoria, 0800 ou qualquer uma das agências (http://www.caixa.gov.br/atendimento).