Polícia

Instituto de Criminalística identifica origem de dinheiro apreendido na AL-220

Na perícia foram identificados lacres com inscrições relacionadas à agência do Banco do Brasil de Buíque, em Pernambuco

Por Texto: Aarão José com Agência Alagoas 05/02/2018 16h27
Instituto de Criminalística identifica origem de dinheiro apreendido na AL-220
Reprodução - Foto: Assessoria
A seção de Documentoscopia do Instituto de Criminalística de Alagoas concluiu a análise feita em cinco sacolas com fragmentos mutilados e dilacerados de cédulas de real apreendidas durante operação integrada das polícias Civil e Militar na rodovia AL-220, entre a divisa de Delmiro Gouveia e Olho D´Água do Casado. O material periciado foi produto de um roubo ocorrido a uma agência do Banco do Brasil em Buíque, no Agreste de Pernambuco. A operação foi conduzida pelo delegado de Polícia de Delmiro Gouveia, Rodrigo Cavalcante. O laudo final forneceu importantes elementos para a investigação que apura a prisão de Fabrício Pereira da Silva, 21, ocorrida em 2 de fevereiro do ano passado, durante inspeção de um ônibus que faz o roteiro Paulo Afonso/BA a Aracaju/SE. Após atitude suspeita, o acusado foi flagrado com uma balaclava, dois cartuchos de fuzil, calibre 762, e as sacolas com o dinheiro. Por se tratar de um caso atípico e com considerável volume, as peritas criminais do setor integrante das perícias laboratoriais do IC examinaram o material apreendido para constatar a autenticidade das cédulas e sua origem. (Imagem: Assessoria da Perícia Oficial do Estado de Alagoas) Andrya Amorim, Lídia Tarchetti, Márcia Yanara e Rosana Ramalho analisaram 1.613 fragmentos de cédulas mutiladas e dilaceradas, sendo 312 fragmentos de R$ 10,00; 358 de R$ 20,00; 714 de R$ 50,00 e 229 no valor de R$ 100,00. A chefe da seção, Lídia Tarchetti, explicou que as peritas traçaram uma metodologia diferenciada de trabalho, pois não há, no Brasil, recomendação de procedimento por amostragem em perícia documentoscópica. Inicialmente, elas submeteram o material à mensuração, de acordo com as regras do Banco Central do Brasil, que determina o valor de troca de cédulas mutiladas. “Após a seleção prévia, foram realizados exames diretos, por meio das análises óptica e tátil, e indiretos, auxiliados por instrumentais, onde se verificou que as cédulas examinadas ostentavam a textura do papel fiduciário, impressão calcográfica, coloração e nitidez com semelhança que se verifica em cédulas autênticas”, explicou Tarchetti. Além disso, registraram-se definição de fundos especiais e a presença de elementos de segurança, variáveis de acordo com a porção das cédulas apreciadas, tais como microimpressões, alto relevo da legenda ‘República Federativa do Brasil’; quebra-cabeça ou registro coincidente; marca d’água; fio de segurança; número escondido; elementos fluorescentes sob luz ultravioleta. “No tocante à autenticidade, informamos que os materiais são originais. Os fragmentos dilacerados, que possuem valor de troca, totalizaram a quantia de R$ 11.350 na posse do suspeito. Com referência à origem, foram encontrados lacres com inscrições relacionadas à agência do Banco do Brasil de Buíque/Pernambuco”, afirmou a perita criminal. No momento dos exames periciais, também foram verificados que alguns fragmentos das cédulas de R$ 50,00 apresentavam manchas pardo- avermelhadas, que foram submetidas a teste imunocromatográfico, dando positivo para presença de sangue humano. Após esse exame, os materiais contendo vestígios biológicos de interesse criminalístico foram devidamente acondicionados e lacrados e ficarão custodiados no Instituto de Criminalística para posteriores exames que se fizerem necessários.