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Alagoana que mora no norte da Itália relata como está a epidemia de coronavírus

Fisioterapeuta relata que passou os últimos dias confinada em casa

Por Texto: Rívison Batista 27/02/2020 21h08
Alagoana que mora no norte da Itália relata como está a epidemia de coronavírus
Reprodução - Foto: Assessoria
Uma alagoana que reside na Itália, na região da Lombardia, no norte do país, está sentindo na pele o efeito da epidemia de coronavírus no local. A fisioterapeuta Vanessa Machado mora na cidade de Milão, onde está se especializando na área de fisioterapia desportiva. Em Alagoas, Vanessa trabalhou como fisioterapeuta de times de futebol, como o Centro Esportivo Olhodaguense (CEO), por exemplo. A Itália é o país da Europa mais atingido pelo vírus. Até esta quinta (27), foram notificadas 14 vítimas fatais no país e o número de casos chega a 528. A alagoana, natural da cidade sertaneja de Olho D’Água das Flores, demonstra preocupação com a situação no país que reside e também com o Brasil, especialmente Alagoas. “A minha maior preocupação é que eu estou na região norte, na Lombardia, onde o coronavírus está se disseminando mais. Nesta semana toda, foram fechadas as repartições públicas, as escolas, as universidades, cinemas, teatros. Tudo está fechado, menos supermercados e farmácias, mas não tem mais como comprar álcool gel, luvas, máscaras, essas coisas, porque esgotaram. Os supermercados, pelo menos os que ficam perto de onde eu moro, estão vazios. Tem coisas faltando, porque as pessoas receberam esse aviso de ficar em casa. Eu tive que sair por esses dias, mas com receio, usando máscara e luvas”, afirma Vanessa. A fisioterapeuta diz que, pelo fato de ser inverno na Itália, o clima frio contribui para a disseminação do coronavírus. “Estou preocupada com o Brasil, porque eu sei que se o coronavírus se alastrar por aí vai ser bem complicado. Aqui, por estar frio, a probabilidade de se pegar um resfriado é bem maior e de contrair o coronavírus, consequentemente”, diz. A alagoana relata que passou os últimos dias confinada em casa, e saiu apenas na quarta e nesta quinta-feira porque teve que sair. “No Brasil, o calor favorece para minimização da transmissão. Aqui, estamos aguardando o que o governo vai falar para essa semana que vem, pois já tem uma semana que escolas, universidades e outros estabelecimentos estão fechados. Aí vamos ver o que eles vão falar, se é para continuar assim ou não”, afirma. Vanessa diz que, apesar de a Itália ter um padrão excelente no quesito da saúde, o país não está acostumado com epidemias. “É muito difícil ter isso aqui. Vacina é só aquela quando a pessoa nasce. Já o Brasil, que é um país tropical, sempre está vendo doenças novas, vírus, tem uma noção de como começar a encontrar causas e soluções. Estou me prevenindo o máximo possível para não contrair nada”, relata. A fisioterapeuta fez um vídeo para as redes sociais no qual aparece andando pelas ruas de Milão com máscara e luvas, porém esclarece que a máscara certa para o uso no caso do coronavírus, a N-95, está esgotada na cidade. “Estou à procura”, finaliza.