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Próximos dias na Tailândia têm condições favoráveis para retirar meninos de caverna

Responsável pelas operações de resgate diz que nível da água, meteorologia e saúde do grupo fazem com que os próximos três ou quatro dias sejam propícios ao resgate

Por G1 07/07/2018 11h02
Próximos dias na Tailândia têm condições favoráveis para retirar meninos de caverna
Reprodução - Foto: Assessoria
As equipes de resgate fazem uma corrida contra o tempo para retirar o grupo que está preso há 14 dias em uma caverna na Tailândia, pressionada pela previsão de chuva forte na região para os próximos dias. Neste sábado (7), Marinha divulgou cartas dos meninos e do técnico dizendo que eles estão bem. O coordenador da célula de crise, Narongsak Osottanakorn, afirmou que "agora e pelos próximos três ou quatro dias, as condições para uma evacuação são perfeitas em relação à água, ao tempo e à saúde dos meninos. Temos que decidir o que podemos fazer”, declarou. Porém, ele não deu detalhes de como esse resgate poderia ser realizado. Com a chuva, o nível de água pode subir no ponto onde os meninos estão refugiados, a cerca de 4 km da entrada da caverna Tham Luang. Os socorristas inseriram um tubo de vários quilômetros para transportar oxigênio até os meninos. Embora o nível de oxigênio tenha se estabilizado, a elevação do nível de "dióxido de carbono é outro fator" importante a ser levado em consideração. Meninos de 11 a 16 anos estão presos na caverna Tham Luang, na Tailândia, desde o dia 23 de junho (Foto: Royal Thai Navy Facebook Page via AP) Busca de cavidades As equipes de socorro formadas por mergulhadores da Marinha, soldados, policiais e voluntários trabalham dia e noite para retirar os meninos da caverna. O bombeamento de água para fora da caverna segue ininterruptamente. Os militares também rastreiam o terreno da montanha na busca de uma cavidade na parte superior da montanha por onde o grupo poderia ser retirado com ajuda de um helicóptero. Mais de 100 perfurações já foram feitas na superfície, mas ainda não localizaram a posição do grupo. Risco do mergulho Outra possibilidade seria o grupo mergulhar pelas passagens inundadas, o que é considerada uma opção de alto risco - embora seja considerada por especialistas ouvidos pela Efe, a opção mais provável. Para isso, os jovens e o técnico começaram um treino intensivo para aprender a mergulhar. Porém, alguns dos meninos não sabem nem mesmo nadar. As águas são lamacentas e frias, o que deixa mais difícil se localizar e aumenta o risco de hipotermia. Saman Kunan, ex-integrante da Marinha tailandesa, morreu enquanto participava de operação de resgate de meninos na caverna Tham Luang (Foto: Reprodução/Facebook/Saman Kunan) Na quinta-feira (5), a morte do mergulhador Saman Kunan, de 38 anos, ex-membro da Marinha tailandesa, deixou clara a dificuldade dos esforços de resgate que as equipes enfrentam. O triatleta, que se voluntariou a participar do resgate, morreu quando voltava de uma missão para levar cilindros de oxigênio para a caverna. Embora estejam saudáveis, alguns deles ainda apresentam fraqueza em virtude do jejum que fizeram ao longo dos nove dias em que ficaram completamente isolados. Cartas O grupo - composto por 12 adolescentes entre 11 e 16 anos e um adulto de 26 anos - entrou na caverna Tham Luang no dia 23 de junho, para se abrigar do tempo ruim, mas foi surpreendido por uma inundação. Integrantes da elite da Marinha tailandesa publicaram neste sábado cartas do grupo que foram enviadas aos parentes. Essa foi a primeira comunicação deles com os pais, que acompanham os esforços de resgate na entrada da caverna, já que a instalação de uma linha telefônica falhou. Reprodução de carta enviada por meninos presos em caverna na Tailândia. A primeira, acima, é de jovem chamado Pong, que diz que está bem; a segunda, abaixo, é de Nick, que pede churrasco quando sair de lá (Foto: Marinha da Tailândia / Facebook / AP) Até então, dois vídeos tinham mostrado os meninos - um dos registros foi feito pelos dois mergulhadores britânicos que descobriram onde eles estavam após nove dias de intensas buscas. Nas cartas, os meninos dizem que estão bem e alguns contam ter vontade de comer churrasco ou frango. "Não se preocupem comigo, eu sinto falta de todos vocês. Eu amo vocês. Estou bem aqui, meus irmãos, os fuzileiros navais estão cuidando de mim", escreve Mik. "Estou bem, só um pouco de frio, mas não se preocupe comigo, não se esqueça da minha festa de aniversário. Mamãe, papai, eu amo vocês e o meu irmãozinho também. Se eu sair, por favor, me tragam um churrasco", pede Night, que fez aniversário no período em que ficou na caverna. Uma das mensagens trazidas pelos mergulhadores diz: "Não se preocupem, nós somos fortes", de acordo com a transcrição feita pela France Presse. O treinador Ekapol Chanthawong, que é o mais velho do grupo, demonstrou sentimento de culpa em sua mensagem. Ele é alvo de críticas no país por ter levado os meninos a uma caverna que poderia ficar inundada durante as chuvas de monção. "Todos os meninos estão bem. A equipe de resgate está cuidando de nós. Prometo que também cuidarei deles o melhor que puder. Obrigado pelo apoio e por favor aceitar minhas desculpas", escreveu. As operações de resgate atraíram para o local mais de 1.100 jornalistas, que instalaram seus equipamentos em meio ao barro em uma área de selva tropical.