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"França estará na 1ª fileira na luta contra o terrorismo", diz Macron em discurso

Presidente mais jovem da França também diz que moralização da vida pública do país será a primeira prioridade de seu mandato

Por G1 07/05/2017 16h57
'França estará na 1ª fileira na luta contra o terrorismo', diz Macron em discurso
Reprodução - Foto: Assessoria

Emmanuel Macron fez seu primeiro discurso como presidente eleito na França pouco depois de as projeções o indicarem como o vencedor deste segundo turno. O centrista destacou que a França estará à frente da luta contra o terrorismo, tanto em território francês como internacionalmente, e que a moralização da vida pública do país será a primeira prioridade de seu mandato.

Ele afirmou que, nos próximos cinco anos, terá a responsabilidade de apaziguar medos e promover otimismo entre os franceses. Também enfatizou a necessidade de trabalhar para reconciliar a nação, diante dos votos extremos. Em seu discurso, enviou uma "saudação republicana" à candidata derrotada Marine Le Pen.

Segundo a pesquisa de boca de urna do Instituto Ipsos, o candidato centrista recebeu 65,1% dos votos, contra 34,9% de Le Pen. A líder da extrema-direita reconheceu a derrota na eleição e afirmou que seu partido, a Frente Nacional, conquistou um resultado histórico nas urnas.

Veja as principais frases de seu discurso:

Sei as divisões da nossa nação que levaram alguns a votos extremos e respeito essas divisões. Sei da raiva, da ansiedade, das dúvidas que grande parte de vocês também expressou. É minha responsabilidade escutá-las, protegendo os mais frágeis, organizando melhor a solidariedade, lutando contra todas as formas de desigualdade e de discriminação, garantindo de forma implacável e resoluta a sua segurança, garantindo a unidade da nação. Vou defender a França, seus interesses vitais, a sua imagem, a sua mensagem. E me comprometo diante de vocês: vou defender a Europa, a comunidade de destinos que se deram os povos do nosso continente. É a nossa civilização que está em jogo. A França estará na primeira fileira na luta contra o terrorismo, no seu solo e na ação internacional. Pelo tempo que durar esse combate, nós vamos estar nele sem fraquejar. A moralização da nossa vida pública, o reconhecimento do pluralismo, a vitalidade democrática serão desde o primeiro dia a base da minha ação. Nesses cinco anos que começam minha responsabilidade será de acalmar os medos, de nos levar a reencontrar o otimismo, o espírito de conquista. Vou lutar com todas as minhas forças contra a divisão que nos enfraquece e nos abate. É assim que nós poderemos devolver ao povo francês as chances que a França lhes deve.

Vamos amar a França a partir dessa noite. E nos próximos cinco anos eu vou com humildade, devoção e determinação servir em nome de vocês. Viva a República, Viva a França.

Festa pela vitória

A festa em comemoração à vitória de Macron começou logo que as pesquisas de boca de urna indicaram que ele seria eleito presidente da França, às 15h (horário de Brasília). Uma multidão se reuniu em frente ao museu Louvre.

Impactos da eleição

Na prática, a escolha pelo jovem ex-ministro da Economia do até agora presidente François Hollande é uma opção pela política de engajamento com a União Europeia, uma de suas principais bandeiras e fonte de discordância com Le Pen.

Especialistas comentam que manter essa política externa deverá ser o menor dos problemas de Macron. No entanto, para avançar em outros projetos, o novo presidente deverá esperar por um segundo resultado importante: de 11 a 18 de julho ocorrem as eleições legislativas francesas. Filiado a um partido pequeno e recente com menor probabilidade de vencer, o En Marche!, ele deverá traçar uma estratégia para angariar apoio dos mais tradicionais.

Perfil e propostas

Macron é o mais jovem presidente eleito da França. Ex-banqueiro e ex-ministro da Economia, ele vem de uma família com tendências políticas de esquerda e agrada a direita, mas hoje é considerado um político de centro. É casado desde 2007 com Brigitte Trogneux, 24 anos mais velha do que ele. Em 2014, foi nomeado ministro da Economia pelo primeiro-ministro Manuel Valls. Durante seu período como ministro, Macron foi classificado como um pró-reformista e favorável a empresas.