Interior

Mortes de peixes-boi: fiscalização autua obra por descarte irregular de cimento próximo ao Rio Tatuamunha

Por Lucas França com Tribuna Hoje 01/09/2025 14h45 - Atualizado em 01/09/2025 15h14
Mortes de peixes-boi: fiscalização autua obra por descarte irregular de cimento próximo ao Rio Tatuamunha
Fiscalização ambiental em Porto de Pedras encontra irregularidades em obra próxima ao Rio Tatuamunha - Foto: Assessoria

Uma operação de fiscalização realizada na última sexta-feira (29) em Porto de Pedras, no Litoral Norte de Alagoas, resultou na identificação de irregularidades ambientais em uma obra nas proximidades do Rio Tatuamunha. O rio, conhecido por abrigar populações de peixe-boi marinho, tem sido foco de preocupação após a recente morte de dois desses animais na região.

A ação, coordenada pelas secretarias municipais de Meio Ambiente e de Obras e Infraestrutura, teve como objetivo garantir a preservação do ecossistema local. Durante a vistoria, fiscais constataram o descarte inadequado de resíduos sólidos e o despejo de materiais cimentícios em áreas de manguezal e nos trechos próximos ao rio. Três empreendimentos foram inspecionados, e apenas um foi autuado por não atender às exigências ambientais. O responsável pela obra foi multado em R$ 10 mil.

As irregularidades identificadas serão comunicadas ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e ao Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), órgãos responsáveis pelo monitoramento e proteção da fauna e flora locais.

Morte de peixes-boi acende alerta


As mortes de dois peixes-boi marinhos na última semana, registradas na base avançada do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio) em Porto de Pedras, geraram preocupação entre pesquisadores e autoridades ambientais. As mortes de Netuno e Paty, dois dos animais monitorados, junto com o agravamento do estado de saúde de um terceiro, Assú, que precisou ser transferido para cuidados intensivos em Pernambuco, aumentaram os esforços para entender as causas do incidente.

Embora as causas das mortes ainda não tenham sido confirmadas, uma possível contaminação por poluentes químicos na água está sendo investigada como a principal hipótese. Em função disso, a base avançada do CMA foi temporariamente desativada para a realização de uma investigação técnica aprofundada. O trabalho é conduzido com o apoio de diversos órgãos ambientais, incluindo a APA Costa dos Corais, o Ibama e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste.

O caso segue sendo monitorado, com equipes dedicadas ao resgate e recuperação do animal Assú, que agora recebe cuidados intensivos. As autoridades também estão trabalhando para apurar o que pode ter causado a morte dos outros dois peixes-boi e evitar novos incidentes no futuro.