Educação
Educação socioemocional como ferramenta de construção de práticas, postura e consciência antirracista
Todos os espaços que ocupamos enquanto indivíduos são espaços oportunos de aprendizados. Pensar a nossa construção de pensamento, visão de mundo, e até de como nos enxergamos enquanto pessoa, é refletir sobre os desafios de abraçar e respeitar a diversidade que nos constitui.
Novembro traz uma data muito importante para os negros, o dia da consciência negra busca resgatar a valorização da pessoa negra, exaltar sua história e cultura. E para isso, um passo anterior que precisa ser dado é a maneira como nos enxergamos, como está a autoestima, como você se vê e nutrir o amor-próprio. Quando se fala sobre a autoestima do homem e da mulher negra, no contexto contemporâneo, devemos entender que estamos falando sobre resgate.
Dentro do processo de colonização territorial e ideológica que aconteceu aqui no Brasil, o que restou para o pensamento social comum foi a imagem do negro e da negra como escravizado. Mesmo com o fim da escravidão, essa foi a ideologia que se estendeu de maneira tão eficaz, que até os dias de hoje percebemos tais valores sendo reproduzidos de maneira muito naturalizada.
A importância de compreender esse processo está no resgate do senso coletivo, do compartilhamento, da escuta, para que assim possamos perceber que os processos de exclusão cultural não partem de uma perspectiva individual ou pessoal. Trata-se de um processo histórico e ideologicamente direcionado para um povo, para uma cultura. O olhar através de uma perspectiva mais ampla nos faz resgatarmos nosso senso coletivo e criar raízes para que negros e negras reafirmem sua identidade, resgate seus valores e potencializando sua história, seu povo, a cultura e particularidades.
Esse processo de busca e de desenvolvimento da autonomia emocional nos ajuda a "filtrar" aquilo que contribui positivamente para o aumento da nossa autoestima. Então, desenvolver inteligência emocional é uma ferramenta extremamente importante para saber lidar com opiniões, valores e ideias negativas. Educar as emoções começa inicialmente ao se reconhecer como alguém que sente, sofre, chora e que na maioria das vezes, anseia por empatia e compaixão.
Então, ao desenvolver competências emocionais para auxiliar no manejo das nossas emoções, ajudam-nos a entender melhor as situações e colher apenas aquilo que fortalece e edifica. O racismo afeta diretamente a autoestima, causando ansiedade, depressão e situações de isolamento social. Por isso, promover uma educação que fomente comportamentos, atitudes antirracistas é fundamental para uma convivência saudável e colaborativa não só no espaço escolar, mas para todos os espaços que vivemos e compartilhamos.
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