Polícia

Caso Ana Beatriz: sequestro de bebê de apenas 15 dias pode ter sido ''premeditado''

Mãe da criança mudou versão apresentada por uma nova; PC/AL não passou detalhes para não atrapalhar investigação

Por Tribuna Hoje 14/04/2025 13h55
Caso Ana Beatriz: sequestro de bebê de apenas 15 dias pode ter sido ''premeditado''
Ana Beatriz , de 15 dias, continua desaparecida - Foto: Reprodução

A Polícia Civil continua as buscas pela recém-nascida Ana Beatriz, de apenas 15 dias, que desapareceu na manhã da última sexta-feira (11), no Povoado Eusébio Novo, em Novo Lino. Nesta segunda-feira (14), a mãe da criança mudou a versão anterior dada em seu depoimento que afirmava que a criança teria sido sequestrada. Na nova, que não foi passada detalhes pela polícia para não atrapalhar o andamento do caso, não há carro, como falou anteriormente.

“Foi uma versão inusitada. A mãe mudou a versão apresentada inicialmente. Infelizmente, essa nova versão não pode ser divulgada agora, porque isso atrapalharia muito o andamento das investigações’’, pontuou o delegado Igor Diego, um dos responsáveis pelo caso.

O delegado informou ainda que até o momento não há confirmação de que a bebê encontrada no Maranhão seja o mesmo desaparecido em Novo Lino. Os delegados Igor Diego e João Marcello solicitaram apoio à Polícia Civil do maranhão para averiguar a situação. No entanto, há registro de um caso semelhante de sequestro ocorrido no mesmo estado. Mas, todas as hipóteses estão sendo investigadas.

Em Novo Lino, equipes estão realizando buscas pela recém-nascida com ajuda de cães farejadores. A Prefeitura de Novo Lino está auxiliando nas investigações. Foi disponibilizado pela gestão municipal, imagens de postos de gasolina localizados nas estradas na tentativa de encontrar a criança.

Para o plantonista da Delegacia Regional de Novo Lino, Giuseppe Antônio de Siqueira, onde o caso é investigado, uma hipótese é que o crime tenha sido ‘’premeditado’’.

"A gente não acha que foi um fato esporádico de a mulher está com a criança no meio da rua e, de repente, o cara quis assaltar, aí aproveitou a oportunidade [e sequestrou a bebê]. Não achamos que foi isso. A princípio, no início da nossa investigação, achamos que foi um negócio premeditado, por isso a gente trabalha sobre todas as questões", explicou Giuseppe.

Ainda de acordo com a autoridade policial, Eduarda Silva de Oliveira, 22 anos, deu a luz a criança, há 15 dias na cidade de União dos Palmares, a 82 Km de Distância de Novo Lino. Ela estava a acompanhada da cunhada e, conforme a Polícia Civil de Alagoas, elas não foram abordadas por estranhos na maternidade e nem após. "Às vezes a pessoa que quer cometer o crime de sequestro de crianças troca ideias e se aproxima, mas não teve nada disso", ressaltou.

Nesta segunda, Eduarda, mãe da bebê, foi parar no Posto de Saúde, no Centro de Especialidades Dr Osvaldo Gomes de Barros. Ela foi medicada e segue na companhia do advogado José Wellington – que até o momento não falou com à imprensa após a nova versão.

ENTENDA O CASO

A bebê Ana Beatriz, de apenas 15 dias de vida, desapareceu na manhã da última sexta-feira (11). Na versão anterior, a mãe afirmou que a filha teria sido arrancada de seus braços por quatro criminosos, sendo três homens e uma mulher, enquanto ela estava em um ponto de ônibus na rodovia BR-101, Povoado Novo Eusébio, no município de Novo Lino.

Na tarde do mesmo dia, um homem foi preso no estado de Pernambuco com um veículo descrito e reconhecido pela manhã da criança. Ele foi conduzido à Delegacia de Vitória de Santo Antão, prestou depoimento e foi liberado.

Segundo a SSP/AL, o suspeito informou que é despachante do Departamento de Trânsito (Detran). “Em relação ao homem detido pela Polícia Militar de Pernambuco, ele foi liberado após prestar depoimento aos delegados Igor Diego e João Marcelo, responsáveis pela condução do caso. A princípio, o suspeito seria despachante do Detran e teria autorização para circular com placas automotivas e comprovou, por meio de câmeras de segurança, os lugares em que esteve para realizar as trocas das placas que portava.”

Equipes da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal atuam de forma integrada nas buscas pelo bebê e pelos demais envolvidos. A investigação está agora sob responsabilidade da Seção Antissequestro da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).