Economia

Black Friday deve movimentar R$ 33,5 milhões na capital

Essa é a previsão da Fecomércio; mais de 34% dos consumidores maceioenses comprarão itens na mega promoção este ano

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 26/11/2021 07h29
Black Friday deve movimentar R$ 33,5 milhões na capital
Reprodução - Foto: Assessoria
A última sexta-feira de novembro, dia 26, é aguardada com expectativa pelos consumidores. É que hoje acontece a Black Friday, uma ação comercial que começou nos Estados Unidos e vem se consolidando no Brasil como uma boa oportunidade de compras. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio AL estima que a data deve movimentar cerca de R$ 33,5 milhões na economia da capital. De acordo com o levantamento, 34,13% dos consumidores comprarão itens no período, enquanto 16,87% afirmaram que talvez realizem compras. No país, a mega promoção deve movimentar 3,93 bilhões em 2021, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Black Friday é a quinta data mais importante do comércio brasileiro. Só fica atrás do Natal, do Dias das Mães, do Dia das Crianças e do Dia dos Pais. A previsão é de que a Black Friday seja comemorada nesta sexta-feira, mas que algumas lojas possam adotar um período maior para as ofertas, com toda a semana ou o período da sexta ao domingo. Muitos estabelecimentos comerciais começaram no início de novembro o ‘esquenta’ de promoções e Guilherme Araújo aproveitou o momento para comprar sua máquina de lavar nova. “A minha tinha quebrado estava lavando as roupas na casa da minha sogra, então esperei o momento certo para comprar a máquina de lavar, que já estava pesquisando. Voltei na mesma loja e mesmo na Black Friday antecipada está mais cara do que quando comprei no início deste mês”, revelou. Jader Dantas está ansiosa e pretende madrugar para conseguir o tão sonhado celular de última geração. “Já vinha pesquisando, então já tenho uma noção de quanto possa ficar o valor, se estiver mais alto do que antes, não vai valer a pena, e vou precisar esperar mais um pouquinho, mas estou super de boa, o dinheiro ficará guardado até uma boa oportunidade, ninguém me engana não”, avisou. Para o presidente da Fecomércio, Gilton Lima, a data contribuirá para o estímulo das vendas e ocorre num momento em que a perspectiva dos setores é positiva. “A Black Friday vem sendo incorporada à cultura brasileira por uma demanda de mercado. Pela proximidade com o período natalino, a data é para o comércio em geral, um aquecimento de vendas para o final de ano”, ressaltou. Mas para Fábio Bentes, economista da CNC, embora os lojistas prevejam um aumento no volume de compras, a alta da inflação deve corroer esses ganhos e ofuscar a volta gradual do consumidor às compras. “O desemprego, apesar da ligeira tendência de queda, se mantém muito alto, o país ainda atravessa um mau momento”, frisou. Compra por aplicativos de mensagem instantânea deverá aumentar   A Black Friday deverá ser ainda mais digital este ano, com forte tendência de aumento das compras por aplicativos de mensagem instantânea. Marcelo Pugliesi, CEO da Hi Platform acredita que as empresas que conseguiram se adaptar ao e-commerce conseguirão manter as vendas em alta durante o evento. “O consumidor ficou mais aberto para o digital e isso traz uma mudança, que eu acho que talvez seja mais significativa, que é o uso principalmente dos aplicativos de mensagens para fazer essas operações. O WhatsApp, Facebook Messenger e o Telegram talvez sejam os principais, mas a gente vê muitas vendas acontecendo pelo Direct do Instagram de lojistas menores. O consumo por essas plataformas está crescendo de forma mais acelerada, então podemos dizer que a Black Friday 2021 irá acontecer muito por esses meios de mensagem”, destaca. De acordo com números da Ebit/Nielsen, o mercado vem registrando crescimento acima de 20% nos últimos quatro anos durante a temporada de promoções em novembro. Entre 2017 e 2018, o aumento no faturamento das empresas foi de 23,8% (R$ 2,1 bilhões faturados em 2017 e R$ 2,6 bilhões em 2018). Já entre 2018 e 2019, o crescimento registrado foi de 23%, já que em 2019 foram faturados R$ 3,2 bilhões. Em 2020, o valor aumentou para R$ 4 bilhões, o que representa alta de 25,6%. FRAUDES ON-LINE O Pix, sistema de pagamentos instantâneos, completou um ano no dia 16, e deve marcar sua primeira grande presença na Black Friday em 2021, já que a ferramenta ainda não possuía tanta adesão das empresas e consumidores na mesma época do ano passado. Em comparação entre novembro de 2020 e setembro de 2021, o Pix cresceu 639% em quantidade de usuários, saltando de 13,7 milhões para 101,3 milhões de pessoas físicas. O número de chaves cadastradas foi de 95,3 milhões para 330,8 milhões no mesmo período. As empresas que usam o meio de pagamento eram 1,14 milhão e aumentaram para 7,6 milhões. Apenas em setembro de 2021, foram 1,04 bilhão de transações com o Pix, totalizando volume de R$ 554 bilhões. Os dados são do Banco Central. Na Black Friday de 2020, o Pix era algo muito novo, os e-commerces e consumidores ainda não tinham aderido com tanta força. “A penetração da ferramenta pode dar início inclusive a uma nova estratégia dos varejistas nas promoções oferecidas, antes pensadas quase que exclusivamente para pessoas que compravam com crédito. Até o momento não há, por exemplo, grandes vantagens de preços para quem paga à vista”, diz Antonio Soares, CEO da Dock, uma das empresas líderes na América Latina em tecnologia para serviços financeiros. “O Pix eliminou intermediários e a simplificação nos processos de pagamento é uma das tendências importantes na nova lógica financeira”, completa. ALERTA Apesar dos benefícios, a modalidade acende um alerta. Diferente do cartão de crédito, que permite tentar recuperar o dinheiro por meio de manifestação de não reconhecimento da compra, o Pix é uma transação financeira instantânea, em que o dinheiro sai imediatamente da conta de origem para a conta de destino. Os bancos aumentam a cada dia a capacidade de análise em transações Pix, mas em muitos casos ainda não é possível recuperar o valor transferido. “É preciso preparar os consumidores para comprarem de forma segura em todos os meios de pagamento, pois agora existe mais um caminho para golpes”, acrescenta Fred Amaral, co-founder responsável por tecnologia da Dock, empresa que inclui robustos sistemas antifraude em seus produtos. Para ele, as empresas têm papel fundamental no combate às fraudes na Black Friday. “Além de transparência e ações de conscientização dos consumidores, precisam implementar técnicas de monitoramento de sites clonados e sistemas antifraude”, explica Fred. (com assessoria)