Economia

Ibovespa fecha em alta, mas Wall St mina chance de bater 100 mil pontos

Volume financeiro somou 36,5 bilhões de reais

Por Reuters 19/10/2020 21h52
Ibovespa fecha em alta, mas Wall St mina chance de bater 100 mil pontos
Reprodução - Foto: Assessoria
O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, com B3 entre os principais suportes e reagindo a declarações mais positivas sobre o cenário fiscal no país, movimento parcialmente contido pela influência negativa de Wall Street. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa teve elevação de 0,35%, a 98.657,65 pontos, após ter registrado 99.917,22 pontos na máxima da sessão. O volume financeiro somou 36,5 bilhões de reais, ampliado pelo vencimento de opções sobre ações, que movimentou 10,379 bilhões de reais. Em Nova York, o S&P 500 caiu 1,6%, diante da ausência de novidades efetivas sobre novos estímulos fiscais nos Estados Unidos, antes da eleição presidencial em 3 de novembro. Para o analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, o Ibovespa devolveu boa parte dos ganhos com a piora em Wall St dada a resistência dos políticos nos EUA em aprovar um novo pacote antes das eleições. Ele avaliou que a desaceleração do Ibovespa só não foi mais forte devido a sinalizações importantes sobre a responsabilidade fiscal pelo governo brasileiro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou que o time econômico conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro para manutenção do teto de gastos, enquanto presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a possibilidade de extensão do estado de calamidade pública “não existe”. “Sem dúvida esse tipo de sinalização em prol ao compromisso fiscal é positiva, mas isso é esperado pelo mercado, ou seja, não há upside adicional nesse sentido”, afirmou. “O que irá destravar o mercado e finalmente levar o rompimento das últimas máximas serão medidas concretas para o avanço da agenda de reformas e isso deve acontecer após o período de eleições”, acrescentou Ribeiro. Na mesma direção, Bolsonaro também afirmou que não tem como manter o pagamento do auxílio emergencial por um período maior devido ao endividamento do país, enquanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou sobre os efeitos das incertezas fiscais nos investimentos. “Parece que o time todo se uniu em busca de uma melhora das condições financeiras no mercado, que vêm sendo afetadas por preocupações com o endividamento do país’, reforçou o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos.