Economia

Ibovespa volta a níveis de julho com temor sobre aumento de casos de Covid-19

Volume financeiro somou 36,5 bilhões de reais

Por Reuters 21/09/2020 18h26
Ibovespa volta a níveis de julho com temor sobre aumento de casos de Covid-19
Reprodução - Foto: Assessoria
O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, pressionado pela aversão a risco nos mercados globais em razão de preocupações com a chance de novas medidas restritivas diante do aumento de casos de Covid-19, principalmente na Europa. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,32%, a 96.990,72 pontos, menor nível de fechamento desde 3 de julho. No pior momento da sessão chegou a 95.820,34 pontos. O volume financeiro somou 36,5 bilhões de reais, inflado pelo vencimento de contratos de opções sobre ações, que girou 10,47 bilhões de reais, sendo 8,27 bilhões de reais em opções de venda. Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuou mais de 1%, refletindo a aflição de agentes financeiros de que eventuais novos ‘lockdowns’ na Europa em razão do crescimento de casos de coronavírus retardem a recuperação da economia norte-americana. A epidemia de Covid-19 no Reino Unido está dobrando de tamanho a cada cerca de sete dias e, se esse ritmo continuar, haverá cerca de 50 mil novos casos por dia em meados de outubro, disse o conselheiro científico-chefe do governo, Patrick Vallance, nesta segunda-feira. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou nesta segunda-feira que pedirá ao premiê britânico, Boris Johnson, que implemente novas restrições acordadas com líderes locais e especialistas de saúde para tentar conter o surto na capital. As medidas incluem a redução do horário de funcionamento de pubs e bares e a extensão do uso de máscaras nos transportes públicos e nas lojas a outras áreas públicas. De acordo com profissionais do mercado financeiro, as bolsas vinham em recuperação bastante forte, principalmente em Nova York, mas o noticiário atrelado ao Covid-19, principalmente de vacinas, não trouxe novidades relevantes mais recentemente. Ao mesmo tempo, dados de atividade passaram a mostrar algum arrefecimento da recuperação das economias, em particular nos EUA, onde permanece um impasse no Congresso sobre nova ajuda fiscal e a disputa presidencial começa a esquentar. “Tudo vira motivo pra realizar lucros”, afirmou o gestor Werner Roger, sócio-fundador da Trígono Capital, que vê a vacina contra o coronavírus ainda demorando. O clima nos mercados no exterior ainda teve como fator de pressão o escândalo sobre dinheiro sujo envolvendo vários bancos, após documentos vazados mostrarem que essas instituições transferiram mais de 2 trilhões de dólares em recursos suspeitos ao longo de quase duas décadas.