Economia

Sindicato: empresas atacadistas de AL lucram com pandemia e precarização do trabalho

Representação dos comerciários denuncia que as empresas do setor cresceram 16% em plena pandemia

Por Assessoria 12/06/2020 15h59
Sindicato: empresas atacadistas de AL lucram com pandemia e precarização do trabalho
Reprodução - Foto: Assessoria
A Diretoria do Sindicato dos Empregados no Comércio no Estado de Alagoas - Secea - realizou atos nesta sexta-feira, 12/06, para cobrar das empresas do comércio atacadista um desfecho para a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2019/2020 dos trabalhadores do setor. A representação dos comerciários denuncia que as empresas do setor cresceram 16% em plena pandemia, mas se negam a converter os ganhos em melhorias reais para os seus trabalhadores. Um dos principais entraves é o valor do auxílio-alimentação. Segundo o presidente do Secea, Wagner Tavares, o Sindicato do Comércio Varejista propõe um valor mensal para o benefício de apenas R$ 50. "Não tem como. Nem as empresas do comércio varejista pagam isto. Imagina um setor que lucrou muito durante a pandemia e cujas empresas faturam alto", disse Tavares. As 50 empresas do setor atacadista em Alagoas faturaram, juntas, R$ 3,14 bilhões só em 2019, segundo a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD). Sozinhas, essas empresas venderam o equivalente a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) de Alagoas. No ano passado, ainda segundo os dados da ABAD, o crescimento foi de 12,5% no faturamento do setor. "Os números mostram que é inadmissível dispensar às empresas do comércio atacadista as mesmas condições dadas às lojas do comércio varejista. Os trabalhadores de ambos os segmentos estão muito longe do ideal em termos de condições de trabalho. Mas, seria uma falha imperdoável negociar nas mesmas condições com um setor que tem total condição de remunerar melhor os seus trabalhadores", concluiu o presidente do Secea. A diretoria do Secea pretende continuar realizando manifestações em frente às empresas atacadistas de Maceió até que as negociações sejam retomadas e novas propostas sejam apresentadas pela representação patronal.