Economia

Dólar fecha a R$ 4,3657 e renova máxima histórica com exterior e atento a Campos Neto

Dólar bateu recorde pela segunda sessão consecutiva num mês que conta com as dez cotações mais altas já registradas no mercado local

Por Reuters 19/02/2020 17h29
Dólar fecha a R$ 4,3657 e renova máxima histórica com exterior e atento a Campos Neto
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar voltou a subir e renovou a máxima histórica de fechamento ante o real nesta quarta-feira, em dia de dólar nos picos em vários anos no exterior após dados mais fortes sobre a economia dos Estados Unidos. O dólar bateu recorde pela segunda sessão consecutiva num mês que conta com as dez cotações mais altas já registradas no mercado local. Além de fatores no exterior —onde o dólar operava nas máximas desde maio de 2017—, as operações domésticas seguiram influenciadas pela percepção de que o Banco Central parece menos disposto a atuar no câmbio mesmo com o dólar em consecutivas máximas recordes e já mirando 4,40 reais. Na véspera, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o BC está tranquilo com relação ao câmbio. No entendimento do mercado, a fala de Campos Neto indica que o BC não vê urgência em fazer recorrentes intervenções para defender o patamar da moeda. “De forma geral, a mensagem do BC pode muito bem tornar intervenções menos solidárias ao real do que em episódios anteriores”, disse o Citi em nota. O BC vendeu, no somatório de quinta e sexta-feira da semana passada, 2 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional. Mas desde então a cotação já sobe 1,50%, mais do que apagando a queda de 1,14% acumulada nos dias em que o BC interveio. A declaração do chefe da autoridade monetária veio num momento em que cresce a percepção no mercado de que o governo está apoiando um câmbio mais desvalorizado para impulsionar o crescimento. Nesta quarta, o BNP Paribas cortou a projeção para alta do PIB do Brasil este ano de 2% para 1,5%, citando os impactos do coronavírus na economia chinesa —principal destino das exportações brasileiras. Um cenário de crescimento mais lento reduz o espaço para aumentos de retornos na renda fixa e diminui o apetite do investidor estrangeiro pelo Brasil —ambos os fatores prejudicam as expectativas de ingresso de capital que poderia ajudar a trazer algum alívio ao câmbio. O dólar à vista fechou em alta de 0,18%, a 4,3657 reais na venda, acima do até então recorde de 4,358 reais do encerramento da véspera. Na B3, o dólar futuro tinha ganho de 0,11%, a 4,3625 reais. A moeda dos EUA também se fortalecia no exterior, após dados apontarem uma economia norte-americana ainda firme e depois de o Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) demonstrar otimismo quanto à expansão econômica do país —a mais longa da história.