Economia

Novo presidente da Caixa diz que casa própria terá juros de mercado

Pedro Guimarães tomou posse nesta segunda-feira, 7, e avisou que a classe média brasileira não terá qualquer benefício na Caixa

Por Brasil 247 07/01/2019 18h29
Novo presidente da Caixa diz que casa própria terá juros de mercado
Reprodução - Foto: Assessoria
O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta segunda-feira que os juros do crédito habitacional para classe média serão de mercado, e que as taxas não subirão no programa habitacional Minha Casa Minha Vida para "quem é pobre". Questionado se os custos do financiamento à casa própria serão elevados, ele respondeu que "depende". "Juro não vai subir para Minha Casa Minha Vida...Juro de Minha Casa Minha Vida é para quem é pobre", disse. "Quem é classe média tem que pagar mais. Ou vai buscar no Santander, no Bradesco, no Itaú. Na Caixa Econômica Federal, vai pagar juros maior que Minha Casa Minha Vida, certamente, e vai ser juros que vai ser de mercado. Caixa vai respeitar acima de tudo mercado. Lei da oferta e da demanda", completou. Guimarães afirmou ainda que o banco vai vender carteiras de crédito imobiliário e que a Caixa "vai passar a ser uma originadora imobiliária, mais do que reter crédito no balanço". Segundo ele, o objetivo é que a Caixa, nos próximos 10 anos, passe a originar 70 por cento do crédito imobiliário, mas venda uma parte relevante, que pode chegar a 100 bilhões de reais. Segundo o presidente da Caixa, a securitização irá permitir que a Caixa expanda o crédito num cenário em que os recursos do FGTS e da poupança têm limites. Ele também afirmou que o banco pode fazer até três aberturas de capital de unidades neste ano, com a área de seguridade sendo a mais adiantada. Ele mencionou como alvos de abertura, além de seguridade, as áreas de cartões, operações de loterias e gestão de fundos. A operação com a asset management da Caixa é a que demandará mais tempo, porque será necessário criar uma distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM), o que demanda autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse Guimarães. Os recursos levantados nas operações ajudarão a Caixa a pagar à União a dívida de 40 bilhões de reais que possui em IHCDs (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida). "Eu tenho quatro anos para fazer esse pagamento e o farei. As operações (de abertura da capital) já estão adiantadas, nós faremos ao menos duas esse ano, talvez três. Mas pelo menos duas é meu compromisso com o ministro (da Economia) Paulo Guedes", afirmou o presidente da Caixa, acrescentando que uma delas deverá ocorrer ainda no primeiro semestre. Em dezembro, antes da posse do governo de Jair Bolsonaro, o então secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria do Ministério da Fazenda, Alexandre Manoel Ângelo da Silva, afirmou que estava tudo pronto para o leilão da empresa de loterias instantâneas da Caixa, Lotex, em fevereiro deste ano.