Economia

Mulheres negras estão 50% mais vulneráveis ao desemprego, mostra pesquisa do Ipea

Instituto distingue dados entre homens brancos, homens negros, mulheres brancas e mulheres negras

Por Reuters 31/10/2018 17h50
Mulheres negras estão 50% mais vulneráveis ao desemprego, mostra pesquisa do Ipea
Reprodução - Foto: Assessoria
Mulheres negras estão 50 por cento mais suscetíveis ao desemprego do que outros grupos, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quarta-feira. O estudo, que utiliza como base dados da Pnad Contínua, mostra que, a cada 1 ponto percentual a mais na taxa de desemprego de uma unidade federativa, a desocupação de mulheres negras daquela mesma unidade sofre, em média, um aumento de 1,5 ponto percentual. Além disso, entre o segundo trimestre de 2014 e o primeiro trimestre de 2017, mulheres negras representaram a fatia com maior aumento absoluto na taxa de desemprego, uma variação de 8,8 pontos percentuais. O instituto distingue os dados entre homens brancos, homens negros, mulheres brancas e mulheres negras. Segundo o Ipea, a taxa de desemprego entre mulheres negras é 80 por cento superior àquela encontrada antes do início da recessão de 2015-2016. Entre homens brancos, a variação no período foi de 4,6 pontos percentuais. Entre negros do sexo masculino, o desemprego cresceu 7 pontos percentuais no mesmo intervalo de tempo. A disparidade ocorre desde antes da queda do PIB em 2015-2016. “Os resultados indicam que a resposta da taxa de desemprego dos grupos durante a recessão não foi alterada”, diz trecho do estudo. “A recessão não afetou de maneira heterogênea a sensibilidade dos grupos socioeconômicos ao aumento da taxa de desemprego.” FAIXA ETÁRIA Jovens de 18 a 29 anos também estão entre os mais afetados, com uma relação de 1,7 em relação à taxa geral de desemprego - a cada um por cento de aumento na desocupação, o avanço é de 1,7 por cento nesta faixa da população. Na faixa etária de 30 a 64 anos, a relação é de 0,7 ponto percentual, segundo o Ipea. “Conhecer em que medida as oscilações da economia afetam o desemprego dos diferentes grupos socioeconômicos é uma tarefa importante, pois permite que se (re)desenhe a política pública de forma mais adequada às heterogeneidades desses grupos no mercado de trabalho”, afirma a pesquisa.