Economia
Seis em cada 10 desalentados do Brasil estão no Nordeste
Segundo o levantamento, Sudeste e a segunda região com mais desalentados, com 21,4%.
Seis em cada dez trabalhadores brasileiros desalentados (que desistiram de procurar emprego) estão no Nordeste, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quinta-feira (20).
O desalento no Nordeste é expressivamente maior do que o observado em outras regiões do país. O Sudeste abarca 21,4% dos desalentados do país, seguido pela região Norte (10,9%).
A população desalentada é definida como aquela desistiu de procurar trabalho e está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não consegue trabalho adequado, ou não tem experiência ou qualificação, ou é considerado muito jovem ou idosa, ou porque não há trabalho na região – e que, se tivesse oferta de trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.Os dados do estudo do Ipea se referem ao segundo trimestre deste ano e foram compilados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). Entre abril e junho, a quantidade de desalentados no país era de 4,8 milhões.
"Esta elevada parcela (de desalento) em relação às demais regiões do Brasil reflete as próprias características do mercado de trabalho nordestino, marcado pela mais alta taxa de desemprego, maior parcela de informalidade, menor taxa de participação, além de salários reais mais baixos”, pontua o estudo do Ipea.
No recorte por nível de escolaridade, o desalento é maior entre aqueles com ensino fundamental incompleto. Essa parcela da população responde por 50% dos desalentados do país. Em seguida aparecem os trabalhadores com ensino médio completo (22,8%).
Crescimento do desalentoDe acordo com o estudo do Ipea, não apenas o período em que o trabalhador permanece desempregado tem provocado aumento do desalento. Tem crescido também a quantidade de trabalhadores que, por dois trimestres consecutivos, deixa a atividade e passa para a inatividade e se declara desalentado.
Entre o quatro trimestre de 2015 e o primeiro trimestre de 2016, por exemplo, 14% dos que transitavam para a inatividade estavam desempregados e faziam parte do subgrupo de inativos desalentados. No segundo trimestre deste ano, essa proporção subiu para 22,4%.
Entre aqueles que deixaram o emprego para a inatividade, a proporção dos desalentados subiu de 11,2%, no início de 2016, para 16,7%, no segundo trimestre de 2018. "Portanto, o desalento aumentou não só entre os que se encontram desocupados durante muito tempo, mas também entre os que perderam sua ocupação recentemente", mostrou o Ipea.
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