Cooperativas

'O cooperativismo é parte essencial na melhora da qualidade de vida de cada cooperado'

Deputado federal Evair de Melo (PP-ES) concedeu entrevista ao portal Easycoop

Por Texto: Manoel Paulo com Easycoop 15/10/2019 16h07
'O cooperativismo é parte essencial na melhora da qualidade de vida de cada cooperado'
Reprodução - Foto: Assessoria
O deputado federal Evair de Melo (PP-ES), natural de Conceição do Castelo, Espírito Santo, em seu segundo mandato se tornou o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). Evair sabe da responsabilidade em representar no Congresso Nacional um setor com grande força na economia do País. O deputado diz que o “cooperativismo já ultrapassou a esfera econômica e atualmente é parte essencial na melhora da qualidade de vida de cada cooperado”. Na entrevista concedida ao Portal EasyCOOP, Evair de Melo fala sobre o seu trabalho a frente da Frencoop e que o cooperativismo brasileiro tem muito a contribuir para o crescimento do Brasil nesse momento de escuridão e dificuldades. EasyCOOP: Deputado Evair, o que representa para você ser presidente da Frencoop? Evair de Melo: Ser presidente da Frencoop é atuar junto com a OCB e é estar à frente de uma das frentes parlamentares mais atuantes do Congresso, que representa um setor formado por gente trabalhadora e sobrevivente. Digo isso porque nessa escuridão que o país tem passado quem conseguiu avançar estava protegido pela força das Cooperativas. Sobrevivemos aos inúmeros fatores que tumultuaram o país nos últimos anos e seguimos gerando oportunidades ao nosso povo com um crescimento de 17,8% do número de empregados em cooperativas entre 2014 e 2018 como mostrou o Anuário Brasileiro do Cooperativismo publicado pela OCB. EasyCOOP: Qual a importância do cooperativismo para o Brasil hoje? Evair de Melo: A importância do cooperativismo brasileiro é tamanha que já ultrapassou a esfera econômica e atualmente é parte essencial na melhora da qualidade de vida de cada cooperado. É um setor pautado na competência, integridade, inovação e, acima de tudo, na união de seus integrantes. Em todo o Brasil, são mais de 6,8 mil Cooperativas, 14,6 milhões de associados e aproximadamente 425,3 mil trabalhadores, de acordo com os dados da OCB. Além disso, como disse antes, o Cooperativismo Brasileiro é o nosso instrumento de proteção e a política é o melhor caminho para que as cooperativas continuem protagonizando o cenário socioeconômico brasileiro. Foi assim que, em conjunto com a OCB, conseguimos vitórias maiúsculas e de grande importância, como a publicação da Lei Complementar 161/18, permitindo os municípios abrirem contas em Cooperativas de Crédito para atividades como a manutenção da folha de pagamento de servidores e movimentação financeira. É uma lei exemplar, pois deu a chance para as prefeituras melhorarem suas gestões por meio da Metodologia Cooperativista de transparência, com a realização de prestação de contas e assembleias. EasyCOOP: Você acredita que o cooperativismo pode ser o meio mais justo para gerar trabalho e renda para um país com tanta desigualdade? Evair de Melo: Sabemos que os desafios do país são enormes em função de seu tamanho e de sua diversidade cultural e o Cooperativismo já demonstrou sua capacidade de gerar um campo de oportunidades para os brasileiros. Para se ter uma ideia, a OCB publicou dados sobre o Cooperativismo no Brasil, que hoje, conta com aproximadamente 6,8 mil cooperativas, onde atuam mais de 14,6 milhões de pessoas, gerando 425,3 mil empregos formais. Só no meu estado, o Espírito Santo, temos em nosso estado cerca de 435 mil cooperados em 127 Cooperativas. Atuamos em nove áreas: agropecuária, consumo, crédito, habitação, educação, produção, trabalho, transporte e saúde. A eficiência também é uma marca registrada do setor em terras capixabas, que vem reduzindo custos e, em 2018, gerou um faturamento que passa a marca dos R$ 6 bilhões. Além disso, o Cooperativismo é essa ferramenta capaz de dialogar com todos, independentemente do estado ou do município, pois prima pela transparência, pela participação democrática na gestão e nos resultados financeiros, além de aliar o econômico ao social. EasyCOOP: A Lei Geral do Cooperativismo está tramitando na casa. Qual a importância de uma nova legislação para o setor? Evair de Melo: Atualizar a legislação voltada às cooperativas, que tem como base uma lei sobre a Década de 1970, é prioridade da Frencoop, da OCB e do setor como um todo, pois ela é essencial para que o nosso desenvolvimento seja cada vez mais significativo e adequado aos novos tempos que estamos presenciando. O que pretendemos é levantar subsídios para representar as cooperativas com a maior efetividade, construindo, assim, um cenário propício, sob o ponto de vista da legislação, para cumprirem seu papel de transformar a realidade socioeconômica brasileira e melhorar a vida dos cooperados. EasyCOOP: A Lei 12.690/12 que versa sobre o cooperativismo de trabalho está em vigor, mas não é aplicada com sucesso, pois aguarda um decreto regulamentando a legislação. Você acha possível um diálogo com o atual governo para que isso ocorra? Evair de Melo: A princípio, a sanção desta lei foi importante para garantir um marco regulatório que organizasse minimamente o setor e valorizasse as cooperativas, combatendo um preconceito enraizado de que elas são sinônimo de precarização do trabalho, o que não é a verdade. O nosso cooperativismo, como disse antes, é responsável por um grande campo de oportunidades e tem força para se expandir cada vez mais e estamos todos trabalhando para que nosso modelo de negócios seja cada vez mais conhecido e reconhecido por toda a sociedade. Para tanto, é preciso que o Cooperativismo abra suas portas para a política, já temos a nossa Frente Parlamentar do Cooperativismo que com o apoio da OCB realiza um trabalho extraordinário. Precisamos do carinho e da atenção de vocês. Tenho plena confiança de que o cenário é favorável para um diálogo com o atual Governo e se os bons brasileiros de conteúdo, de moral, de ética, estiverem dentro do ambiente político, é certo que teremos capacidade para pautar a agenda deste País da Diversidade.