Cooperativas

Diretores fazem balanço dos dez anos da Jorgraf

Gestores falam sobre desafios do presente e expectativas para o futuro da cooperativa

Por Tribuna Independente 11/07/2017 08h41
Diretores fazem balanço dos dez anos da Jorgraf
Reprodução - Foto: Assessoria

A Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos do Estado de Alagoas (Jorgraf), detentora do Jornal Tribuna Independente e do portal Tribuna Hoje, completa dez anos nesta segunda-feira (10) e a diretoria da Cooperativa dá o depoimento de vitórias e desafios ao longo de uma década de existência. A diretora comercial da Jorgraf, Marilene Canuto, o coordenador industrial, Alexandre Moreira, o diretor financeiro, Flávio Peixoto, e o presidente da Jorgraf, José Paulo Gabriel, comentam sobre as expectativas para o futuro da cooperativa.

DIFICULDADE E CREDIBILIDADE

Marilene Canuto relembra o começo de dificuldades da Tribuna, porém considera que a vitória se sobrepôs ao começo difícil da cooperativa. “No início, já houve uma aceitação muito grande do jornal. Nós já tínhamos pessoas com credibilidade. Eu já era muito conhecida na área gráfica e meu nome estava chegando limpo no mercado da comunicação”, afirma.

A diretora comercial recorda que, logo na primeira edição, teve mais de 70 anunciantes no jornal e, no dia de lançamento do periódico, houve um evento que contou com mais de 400 convidados no dia 10 de julho de 2007. “Começou com um café da manhã e terminou com um almoço. Inclusive, teve a presença do vice-governador na época”, conta Marilene.

Com orgulho, Marilene diz que os parceiros anunciantes da Jorgraf são fieis à cooperativa. “São pessoas que estão sempre conosco. São pessoas que, principalmente nas datas comemorativas, não deixam de nos prestigiar. Isso faz com que a gente acredite no que está levando para a sociedade”, ressalta.

Marilene também diz que existia uma demanda no mercado da comunicação alagoana por algo diferente dos demais veículos de Alagoas. “O leitor alagoano estava precisando de algo diferente e nós trouxemos o que ele queria. Uma cooperativa que ninguém esperava que sobrevivesse”, afirma.

Entre os diferenciais da Jorgraf para com o público, a diretora destaca o bom atendimento que faz questão de manter no setor comercial da cooperativa. Marilene afirma que, nos últimos tempos, houve um crescimento grande nos anunciantes da publicidade legal, ou seja, a publicidade dos órgãos da administração pública.

“Sempre trabalhamos com valores diferenciados. O cliente chega ao nosso balcão e negociamos bastante. Ou seja, ele acaba vendo que aqui é a melhor opção para anunciar”, diz Marilene, observando que a boa relação entre cliente e setor comercial acaba favorecendo ambas as partes.

A diretora afirma que a Jorgraf apresenta uma taxa regular de crescimento ao longo dos anos. “Todos os dias, temos pessoas que nos ligam para falar do jornal, para dizer se está bom ou se está ruim, e elas nos dão um feedback para sempre melhorarmos na produção da Tribuna Independente. Temos a nossa parte gráfica, onde rodamos jornais de terceiros e jamais observamos os conteúdos deles. Isso passa para o cliente confiança e ganhamos credibilidade”, diz.

“As dificuldades que a gente enfrenta devem ser encaradas como vitórias, porque lá na frente serão. É isso que eu faço todos os dias”, finaliza.

Coordenador industrial destaca evolução na produção impressa

O coordenador industrial da Tribuna Independente, Alexandre Moreira, está na Jorgraf desde o início, em 2007, e, ao longo dos dez anos, considera visíveis algumas mudanças na cooperativa. Para Alexandre, além do surgimento do portal Tribuna Hoje, a Jorgraf também evoluiu no modo de produção do jornal Tribuna Independente.

“Saímos da ‘era do fotolito’ e fomos para a ‘era do CTP’ (computer-to-plate), que é um processo bem mais rápido”, explica Alexandre. A máquina denominada CTP é uma entre tantas localizadas na área gráfica da Jorgraf. Nela, as chapas do material impresso são gravadas. Antes, o jornal era impresso em filme, no processo de fotolito. Só depois para as chapas.

“Com a CTP, o processo de impressão é direto. Quando não tínhamos a CTP, com o fotolito, gastava-se, por exemplo, em torno de uma hora para fazer um caderno do jornal. Com a CTP, em dez minutos um caderno fica pronto”, afirma.

Alexandre conta que, no início da cooperativa, sem as máquinas adequadas para se fazer o jornal, os gráficos passaram por um período de dificuldade, porém que foi superado ao longo do tempo. O coordenador diz que o formato do jornal Tribuna Independente é o standard, um modelo que possui aproximadamente 55 centímetros de página. É o maior formato para um jornal impresso. “Muitos jornais já abandonaram o modelo stand, mas optamos por continuar”, conta Alexandre.

O tipo do papel do qual é feito o jornal também foi modificado ao longo do tempo. “Hoje, utilizamos papel ecológico na capa, que é um papel com espessura melhor e absorve melhor a tinta”, afirma.

Cooperativa planeja futuro de olho em novos mercados

“Nossa ideia é investir ao máximo no jornal Tribuna Independente para atrair cada vez mais leitores e juntar também, ao jornal impresso diário, os recursos da internet, para que possamos investir também nesta área, e desta maneira tornar o site Tribuna Hoje cada vez mais acessado”. Assim afirma o diretor financeiro da Jorgraf, Flávio Peixoto.

O diretor declara que é o momento de se investir na cooperativa, principalmente na plataforma digital. “O retorno virá no futuro”, afirma. Flávio diz que o jornal está passando por uma pesquisa de planejamento estratégico, algo que ainda não havia sido feito ao longo dos dez anos da Jorgraf.

“O momento para a comunicação é de muitos desafios, e temos que ter a capacidade de entender esse momento e dar a resposta necessária ao mercado e ao nosso público”, comenta o diretor.

Fazendo um paralelo com o passado, Flávio diz que, com a chegada da internet no mercado da comunicação, veio junto uma mudança de paradigma para os jornais. “Muitas empresas de comunicação não estão sabendo enfrentar essa mudança e estão entrando em crise financeira. No caso da Jorgraf, temos que estar prontos para passar por esse momento e transformar o desafio em resultados positivos”, fala o diretor.

Flávio diz que a mudança para a mídia digital é uma tendência mundial e que os jornalistas estão tendo que “consertar o carro em movimento”, uma metáfora para “se adaptar aos novos tempos sem parar a atividade”. “Grande fatia da verba publicitária, atualmente, que ia para TV, rádio e jornais, está indo para as redes sociais, por exemplo, e isso trouxe mudanças no mercado”, comenta.

O diretor financeiro da Jorgraf afirma que a cooperativa, em tempos de mudanças, está mostrando que é versátil e, diante das transformações, está se adequando à realidade.