Cidades
Reportagem da Tribuna sobre Mocambo Osenga acelera movimento para tombamento do lugar em Chã Preta
Jornal Diário de Pernambuco e Portal ALNB também deram destaques a documentos que se referem a antigo Mocambo de Alagoas
A reportagem “Chã Preta na história dos escravos da Palmares de Zumbi — entre a Serra do Cavaleiro e a Mata Limpa está um pedaço esquecido da história negra do Brasil e que começa a ganhar voz”, de autoria do jornalista Wellington Santos, publicada no dia 27 de setembro de 2025 no portal tribunahoje.com, potencializou iniciativas para iniciar o processo de reconhecimento e tombamento do lugar, localizado no município de Chã Preta, a 103 km da capital Maceió.
Diversos representantes de entidades privadas do Município de Chã Preta estiveram reunidos, no último dia 18 de novembro, para o evento de assinatura de requerimento endereçado à Fundação Palmares e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), [ambos em Brasília], com objetivo de o Governo Federal reconhecer oficialmente a importância histórica do antigo mocambo de Osenga, aldeamento de negros africanos, que existiu em terras deste município no século XVII (1645), há 380 anos.
Com o possível reconhecimento federal, o município de Chã Preta poderá receber turistas de todo o País para visitações à serra onde existiu o mocambo.

Antes, um movimento semelhante promovido pela Câmara de Vereadores de Chã Preta aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei n° 08/2025, que declara o antigo mocambo de Osenga patrimônio histórico material do Município.
O projeto de lei foi apresentado pelo vereador Ari Vasconcelos e teve a adesão de todo poder Legislativo.
Segundo o escritor, advogado e folclorista Olegário Venceslau de Oliveira, que participou da reportagem inicial da Tribuna, a partir de agora a história dos povos negros que viveram em Chã Preta no século XVII está sendo recontada e tendo uma visibilidade merecida. “Osenga representou não apenas um reduto palmarino de africanos nesta localidade, mas um ideal de resistência, luta e ancestralidade”, destacou o escritor.
Todo esse movimento em torno de Osenga ocorre antes do lançamento do livro “Mocambo de Osenga: um reinado africano em Chã Preta no século XVII”, resultado de anos de intensa pesquisa de Olegário em arquivos públicos, jornais da antiga província das Alagoas e relatos orais de moradores, que deve ser lançado na segunda quinzena de dezembro em Chã Preta.
Lendário Jornal Diário de Pernambuco e portal alagoano trazem reportagem sobre Osenga
Com a reportagem “Mapa inédito pode levar aos mais antigos Quilombos dos Palmares, em Pernambuco e Alagoas”, o lendário jornal Diário de Pernambuco, o mais antigo da América Latina, também trouxe o interesse pelo assunto esta semana.
De acordo com a reportagem, foi encontrado nos Estados Unidos um mapa inédito da ocupação holandesa no Nordeste brasileiro que pode ajudar na localização dos mais antigos Quilombos dos Palmares, no Agreste de Pernambuco e em Alagoas. A expectativa é de que as investigações arqueológicas capazes de confirmar a informação comecem em janeiro do próximo ano.
O documento, encontrado pelo cartógrafo histórico Levy Pereira na biblioteca da Universidade de Harvard, permitiu que pesquisadores brasileiros traçassem o caminho de expedições contra quilombos durante o século 17.
O material é uma versão manuscrita do Brasilia Qua Parte Paret Belgis (A parte do Brasil que pertence aos Neerlandeses), do matemático e naturalista George Marggraf, composta de nove mapas das Capitanias e Câmaras do Brasil Neerlandês.

De acordo ainda com a reportagem, a análise desse mapa, comparada aos relatos do comandante Johan Blaer, líder de uma expedição contra quilombos em 1645, permitiu reconstruir com maior precisão o percurso realizado pelos holandeses. O cruzamento dessas informações com imagens de satélite de alta resolução possibilitou identificar elementos compatíveis com os três quilombos mencionados por Blaer.
Segundo o relato do oficial holandês, o primeiro quilombo estava abandonado devido às condições insalubres do local, o que causou a morte de muitos moradores. O segundo, parcialmente destruído pela primeira expedição holandesa aos Palmares, em 1644, também fora abandonado. O terceiro quilombo era o único ativo.
Os dois primeiros quilombos estariam situados nos atuais municípios de Correntes e Lagoa do Ouro, no Agreste de Pernambuco, e o terceiro corresponderia à região de Chã Preta e União dos Palmares, em Alagoas.
A ocupação holandesa de grande parte do Nordeste aconteceu entre os anos de 1630 a 1654. No período, continuaram a produção de açúcar nos engenhos confiscados aos proprietários portugueses sob o mesmo regime de mão de obra de escravizados.

Já o Portal alagoano Alagoas Notícia Boa (ALNB) trouxe a informação, neste fim de semana, de que que pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e de outras instituições parceiras darão início, a partir de janeiro de 2026, às atividades arqueológicas de campo para identificar os mais antigos Quilombos dos Palmares, entre municípios de Alagoas e de Pernambuco. O trabalho será financiado pela Fundação Cultural Palmares (FCP), por meio de Termo de Execução Descentralizado (TED).
O documento foi assinado pelo presidente da FCP, João Jorge Rodrigues, e pelo reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, na quinta-feira (20), em ato solene realizado dentro da programação do Dia da Consciência Negra, na Serra da Barriga, em União dos Palmares. Serão investidos R$ 300 mil nas pesquisas.
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