Cidades

'Vamos Subir a Serra' começa nesta sexta com espaço voltado para a cultura negra na Pajuçara

Evento conta com shows musicais, oficinas, experiências gastronômicas, empreendedorismo, debates, palestras e participação de personalidades

Por Rívison Batista 11/11/2022 23h55 - Atualizado em 12/11/2022 00h09
'Vamos Subir a Serra' começa nesta sexta com espaço voltado para a cultura negra na Pajuçara
Evento começou nesta sexta-feira (11) - Foto: Adailson Calheiros

Começou, nesta sexta-feira (11), a Feira Afro Cultural Vamos Subir a Serra. O evento tem apoio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) e é realizado pelo Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. O Vamos Subir a Serra acontece na Praça Multieventos, na orla da Pajuçara, e contará com shows musicais, oficinas, experiências gastronômicas, empreendedorismo, debates, palestras e participação de personalidades importantes do movimento negro. O evento fica na Pajuçara até o próximo dia 15.

Valdice Gomes é uma das coordenadoras do evento e falou sobre a importância cultural do Vamos Subir a Serra. “O evento já está na sua sexta edição e traz visibilidade para Alagoas e para a cultura afro-brasileira, para a realidade da população negra. É um projeto que tem foco na questão da geração de renda, na educação – através da difusão de conhecimento pelos debates – e também na valorização da cultura afro-brasileira. São vários momentos que acontecem aqui, como a feira de empreendedores e as apresentações culturais, por exemplo”, afirmou Valdice para a reportagem da Tribuna.

No local, foram montados dois ambientes, sendo eles: o Kizomba, que é onde acontecem as apresentações culturais, a feira de gastronomia, e o espaço Osenga Palmares, que é destinado a uma experiência de 360° da Serra da Barriga. O espaço também conta com uma tenda de mil metros quadrados, que abriga a Praça Dandara, onde acontecem apresentações culturais e debates, feira de empreendedores negros e quilombolas e Espaço Beleza Negra, destinado ao público afro.

O cineasta e jornalista Rafhael Barbosa é um dos responsáveis pelo espaço Osenga Palmares. “A gente está começando hoje o Festival Aqualtune. É um festival que tem algumas mostras, algumas atrações. A primeira delas é a mostra de realidade virtual, que acontece desta sexta-feira até o dia 15. Aqui, o visitante tem uma experiência imersiva, em 360 graus, através do uso de um óculos de VR [realidade virtual]. São três experiências imersivas, uma delas é um passeio virtual pela Serra da Barriga. Você pode caminhar pela Serra da Barriga, desbravar os lugares e conhecer a história do lugar. A partir do dia 14, o festival inicia uma mostra de filmes negros do Brasil e de outros países”, afirmou Rafhael Barbosa.

Imersão virtual na Serra da Barriga é uma das atrações do evento - Foto: Adailson Calheiros

Ana Clara Alves, presidente da Comissão de Promoção de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL), foi uma das pessoas que participou da experiência imersiva. “O evento Vamos Subir a Serra é primordial para o movimento negro do estado, então é sempre uma honra estar aqui presente com todo mundo, que vem sempre abrilhantar o evento. A experiência em 360 graus foi muito legal, muito forte. Ver a Serra da Barriga em 360 graus foi muito bacana”, disse.

O grupo de maracatu Baque Alagoano esteve no Vamos Subir a Serra nesta sexta-feira. O coordenador do Baque Alagoano, Marco Túlio, falou da importância da participação do grupo no evento. “A participação do Baque Alagoano é algo que a gente vem construindo desde 2017. É um momento significativo de reafirmação da cultura popular nesses espaços de resistência do povo negro”, afirmou. Mariana Lima, uma das participantes do Baque Alagoano, também falou sobre o evento. “É importante que o Vamos Subir a Serra venha, literalmente, para o coração de Maceió, que é a praia, porque a gente já sofreu muito com as consequências do quebra de xangô, que foi racismo e discriminação religiosa, então tem toda uma situação nesse episódio que reverberou de maneira muito forte em Alagoas. Então, quando você monta um evento como esse na praia, para todo mundo ver e ouvir, é muito importante para que a cultura negra seja reconhecida e encarada pelo motivo de orgulho que ela é”, disse.