Cidades

Mesmo com chuvas, estado de emergência é decretado em Alagoas

42 municípios do Sertão e Agreste podem solicitar carros-pipa para abastecimento de água potável

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 23/07/2021 07h56
Mesmo com chuvas, estado de emergência é decretado em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Mesmo com o inverno favorável em Alagoas, a chuva não tem sido suficiente para o abastecimento de água humano nas regiões do Sertão e Agreste do estado. Por esta razão, O Governo do Estado publicou no Diário Oficial da quinta-feira (22), um novo decreto de situação de emergência por conta da estiagem em 42 municípios do território alagoano. A determinação tem duração de seis meses (180 dias). Para publicar o novo decreto, o Governo do Estado considerou a redução das precipitações pluviométricas que continuam assolando os municípios do Semiárido alagoano para níveis sensivelmente inferiores aos da normal climatológica e a queda intensificada das reservas hídricas de superfície provocada pela má distribuição pluviométrica na região. RESERVATÓRIOS Como também o alto comprometimento dos reservatórios hídricos locais, ocasionando grandes dificuldades da população no abastecimento d’água para o consumo humano e animal; e ainda, que os habitantes dos municípios afetados não superaram os danos e prejuízos provocados pelo evento adverso, haja vista a situação socioeconômica desfavorável da região e o agravamento da situação em virtude da falta de chuvas, o que exige do Poder Executivo Estadual a adoção de medidas urgentes para restabelecer a normalidade das regiões afetada. “Compete ao Estado a preservação do bem estar da população e das atividades socioeconômicas das regiões atingidas por eventos adversos, bem como a adoção imediata das medidas que se fizerem necessárias para, em regime de cooperação, combater situações emergenciais”. Os municípios são estes: Água Branca, Arapiraca, Batalha, Belém, Belo Monte, Cacimbinhas, Canapi, Carneiros, Coité do Nóia, Craíbas, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Girau do Ponciano, Igaci, Inhapi, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Lagoa da Canoa, Major Izidoro, Maravilha, Mata Grande, Minador do Negrão, Monteirópolis, Olho d’Água das Flores, Olho d’Água do Casado, Olho d’Água Grande, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Pariconha, Paulo Jacinto, Piranhas, Poço das Trincheiras, Quebrangulo, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Senador Rui Palmeira, Tanque d’Arca e Traipu. “Choveu, mas a água da barragem não serve para consumo humano”   O Coordenador Estadual de Defesa Civil de Alagoas, Tenente Coronel BM Moisés Pereira de Melo, explicou que foi feito um novo decreto com duração de seis meses (180 dias) mesmo com a chuva, justamente por não ter sido suficiente para consumo humano. “Choveu nos últimos três meses, mas a água serve para barragem, açude, pecuária, que não se utiliza para o consumo humano; então esse programa de abastecimento por carro-pipa pelo Exército vem para suprir a carência de água potável nas comunidades mais afastadas das regiões do Sertão e Agreste de Alagoas”, disse. “Não é pelo fato dos municípios estarem em situação de emergência que poderá fazer tudo, mas sim relacionado somente à estiagem”, frisou o coordenador da Defesa Civil Estadual. CÁLCULOS “Essa estiagem se dar devido aos cálculos que a Defesa Civil recebe das Secretarias de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, e do Monitor da Seca, sobre a média dos últimos três meses, então é baseado nestas informações que se faz o relatório, e se decreta a situação de emergência com duração de seis meses”, ressaltou o Tenente Coronel. Com isso, segundo ele, o município se beneficia podendo fazer a contratação direta de carros-pipas atendendo a população que fica principalmente na zona rural das cidades mais atingidas, que não são abastecidas por água potável. “Os municípios ficam autorizados a fazer o processo, claro, dentro do respeito à legislação, passando por todo o processo no sentido de cotação de preços, com mais de um, com várias opções, sem poder ser apenas um processo, para quem possa oferecer determinados serviços voltados à estiagem”, observou Moisés Melo. Duplicação de adutoras muda realidade do Semiárido alagoano   Para o Coordenador Estadual de Defesa Civil de Alagoas, tenente coronel BM Moisés Pereira de Melo, a estiagem traz prejuízos econômicos públicos e privados significativos, porque diminui a produtividade dos grãos, bem como da população do Semiárido como um todo. Porém, ele salientou que Alagoas, já avançou muito no que diz respeito à situação de emergência, tendo em vista que muitos municípios e povoados já deixaram de ser atendidos por carro-pipa. “A duplicação de adutoras com sistema mais amplo de abastecimento de água coletiva tem mudado a realidade do Semiárido alagoano. Mas aquela comunidade ou casinha que fica no pé da serra, e que ainda necessita de água para o consumo humano, o Governo Federal libera recursos e o Governo do Estado também, fazendo a contratação e a Operação Pipa”, completou. ZONA RURAL Moisés refrisou que este decreto atende aos municípios do Agreste e Sertão, sobretudo os da zona rural, que estão com mais necessidade de água potável para o consumo humano. E autoriza também que o Exército Brasileiro forneça água potável para os municípios atingidos com a estiagem. AMA A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) informou por meio da assessoria de comunicação que ajuda os prefeitos dos municípios no tocante apenas de orientação na captação dos recursos financeiros, quando há uma situação inesperada. “O estudo da seca, com base na estimativa do acumulado dos meses, é feito pela Defesa Civil que repassa um panorama para o Palácio, para fazer um prolongamento dessa situação caso ocorra alguma situação inesperada nos municípios, até para facilitar o trabalho do gestor municipal na ajuda financeira ou em estratégias para estragos com a estiagem”.