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OAB: 35 idosos foram mortos em Alagoas no ano de 2020

Em comparação ao ano de 2019, houve um aumento de dois casos, totalizando 33 homicídios, sendo 25 praticados no interior do estado e 8 na capital

Por Assessoria OAB/AL 11/06/2021 11h34
OAB: 35 idosos foram mortos em Alagoas no ano de 2020
Reprodução - Foto: Assessoria
A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB-AL), por meio da Comissão Especial do Idoso, realizou uma coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira (11), para apresentar dados referentes à homicídios praticados contra pessoas idosas no ano de 2020. O levantamento apresentado pela Comissão foi realizado com base nos registros da Secretaria de Segurança Pública. No ano de 2020, foram registrados 35 homicídios, sendo praticados com a utilização de arma de fogo, arma branca e instrumentos contundentes (faca, facão ou enxada), espancamento e estrangulamento. A coletiva aconteceu em alusão ao Dia de Combate à Violência Contra o Idoso e contou com a presença do presidente da OAB-AL, Nivaldo Barbosa Jr., o secretário-geral da Ordem, Leonardo de Moraes. o presidente da Comissão Especial do Idoso, Gilberto Irineu, o vice-presidente da Comissão, Tutmés Toledo, a presidente do Conselho Estadual da Pessoa Idosa, Elisabeth Toledo. Além disso, de acordo com os dados, apenas 1 caso ocorreu na capital alagoana, sendo 34 casos ocorridos no interior do estado. Entre os municípios com maior incidência dos crimes, estão Atalaia, Maribondo, Junqueiro, União dos Palmares, Anadia e Mata Grande. Desse número, 30 foram praticados contra homens e 5 contra mulheres. Em comparação ao ano de 2019, houve um aumento de dois casos, totalizando 33 homicídios, sendo 25 praticados no interior do estado e 8 na capital. Em 2019, os municípios com maior incidência de registros são Arapiraca, Marechal Deodoro, Cajueiro e Maceió. Em relação ao gênero das vítimas, 28 foram praticados contra homem e 5 contra mulher. O presidente da OAB-AL, Nivaldo Barbosa Jr., salientou a preocupação da Ordem com casos de violência cometidos contra essa população, em estado de vulnerabilidade, e afirmou que a Comissão realizará os encaminhamentos necessários, inclusive, de forma conjunta com as Subseções, em relação aos casos ocorridos no interior. “Preocupados com o número e aumento de casos de homicídios registrados contra idosos, a Comissão realizou o levantamento para que os encaminhamentos possam ser realizados junto às autoridades e instituições competentes. Sobre os dados, observamos que há requintes de crueldade nos casos, além dos crimes cometidos por familiares. Vale lembrar que a violência é um fator cultural. Precisamos trazer a sociedade para o debate sobre o combate à violência”, disse o presidente. De acordo com Gilberto Irineu, presidente da Comissão Especial do Idoso, será expedido ofícios ao delegado-geral da Polícia Civil, solicitando informações sobre o estágio dos inquéritos, se foram instaurados, concluídos e remetidos à Justiça; ao Procurador-Geral de Justiça, solicitando providências junto às promotorias dos locais onde ocorreram os casos, a fim de que as promotorias possam acompanhar os inquéritos e processos; além disso, também será encaminhado ao Conselho Estadual do Idoso, solicitando que as providências sejam adotadas. “O objetivo da divulgação do levantamento é dar ciência à sociedade sobre a importância da atenção à pessoa idosa, do respeito à vida, como também alertar para o cumprimento do artigo 3º do Estatuto do Idoso, que consta ser dever da família, da comunidade e do Poder Público efetivar com absoluta prioridade o direito à vida da pessoa idosa”, pontuou Irineu. Durante a entrevista coletiva, a presidente do Conselho Estadual do Idoso afirmou que poder contar com a Ordem na luta contra a violência contra pessoas idosas é de extrema importância. “Através do levantamento e dos demais registros relacionados à violência contra a pessoa idosa, vamos encaminhar as informações à Secretaria de Segurança Pública e aos demais órgãos responsáveis, além de dialogar sobre a fragilidade referente às delegacias especializadas. Debater e divulgar esses dados é de extrema importância para que a sociedade possa se conscientizar e apoiar a causa”, disse. O secretário-geral, Leonardo de Moraes, também chamou atenção para a forma como os crimes acontecem, com requintes de crueldade, e também sobre a questão das delegacias em Alagoas. “Além do debate sobre a violência sofrida pela população idosa, vale destacar a forma como esses crimes estão acontecendo. Alguns estão até ligados a tortura e estupro. É necessário continuar debatendo a questão da denúncia e das estruturas das delegacias para receber esse tipo de população, que muitas vezes não pode voltar para casa”, afirmou.