Cidades

Greve dos Correios ainda sem previsão para acabar

Juíza Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou que a ECT pare de descontar salários de trabalhadores em greve

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 09/09/2020 08h53
Greve dos Correios ainda sem previsão para acabar
Reprodução - Foto: Assessoria

A greve dos trabalhadores dos Correios que começou no dia 17 de agosto passado em todo o Brasil ainda não tem previsão para terminar até que seja julgado o dissídio coletivo pela juíza Kátia Magalhães Arruda, ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Categoria decidiu paralisar atividades contra cortes de 40% no salário.

Na semana passada, o TST tentou uma reconciliação pela manutenção do acordo coletivo dos trabalhadores até o ano que vem, porém os gestores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos rejeitaram a proposta.

De acordo com Alisson Guerreiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos em Alagoas (Sintect-AL), não houve nenhum aceno por parte dos dirigentes da empresa no sentido de uma negociação, e por esta razão, a categoria segue de braços cruzados.

Encomendas e correspondências continuam sendo acumuladas, em partes, já que ainda existe um efetivo trabalhando. “Enquanto isso o impasse continua, o que queremos é que essa greve acabe logo para que tudo seja colocado em dia, pedimos a compreensão da população porque praticamente fomos empurrados para a paralisação, foi retirado nosso acordo coletivo que afeta nossa remuneração em torno de 40% a menos no poder aquisitivo, inclusive com corte no ticket alimentação”, frisou o representante dos trabalhadores dos Correios em Alagoas.

“Mesmo na pandemia o trabalhador seguia exercendo sua função e a empresa vinha aumentando seus lucros, só no primeiro semestre o lucro foi de R$ 614 milhões”, lembrou o sindicalista Alisson Guerreiro.

DESCONTO

A juíza Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou que a ECT pare de descontar salários de trabalhadores em greve enquanto o processo não for julgado. A medida atende ao pedido da Federação Nacional dos Trabalhadores nos Correios (Fentect). A decisão começou a valer desde o dia 1º de setembro e permanece “enquanto perdurar o movimento paredista”.

Adesão ao movimento paredista é baixa, diz Correios De acordo com sistema de monitoramento dos Correios, a adesão ao movimento paredista é baixa. Em nota, a empresa informou: que aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram à paralisação parcial o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, tendo em vista que toda a questão terá seu desfecho no julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho. Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios do seu efetivo. A nota destacou ainda que em liminar concedida pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Kátia Magalhães Arruda, foi determinado o efetivo mínimo nas unidades da empresa e que as federações se abstenham de impedir o livre trânsito de bens, pessoas e carga postal em todas as unidades dos Correios. A pena por descumprimento é multa diária de R$ 100 mil. “Os Correios monitoram ininterruptamente seus índices de qualidade e, ao mesmo tempo, seguem trabalhando para minimizar os efeitos da paralisação parcial dos empregados. Os Correios deram continuidade aos mutirões de tratamento e entrega em todo o país: com o reforço de empregados da área administrativa, veículos extras e outras medidas, as forças-tarefas realizadas triaram e entregaram milhões de objetos. Situações pontuais, quando reportadas à empresa por meio dos canais oficiais de relacionamento, são prontamente averiguadas e solucionadas. Os Correios lamentam eventuais transtornos e seguem trabalhando para viabilizar, com segurança e de forma transparente, a continuidade de suas atividades, essenciais para atender a população nesse momento em que mais precisa”.