Cidades

E-book fala sobre etnias indígenas em Alagoas

Ao TH Entrevista, jornalista fala sobre a produção de livro didático e a contribuição do projeto para o povo alagoano

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 09/09/2020 09h16
E-book fala sobre etnias indígenas em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria

A jornalista do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Adriana Cirqueira, lançou um e-book gratuito sobre Etnias Indígenas Alagoanas, no dia 17 de agosto passado. O Produto Educacional desenvolvido no Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) retrata aspectos da história e organização social dos indígenas alagoanos, apresentando conteúdos relacionados às disciplinas de História, Geografia, Artes, Língua Portuguesa e Sociologia.

No TH Entrevista, programa semanal do canal do portal Tribuna Hoje no YouTube, Adriana explicou que o livro didático foi produzido a partir da metodologia da pesquisa-ação, associada à revisão bibliográfica de produção e coleta de fotografias em aldeias indígenas de Alagoas.

“Nossa contribuição para este projeto é trazer para o chão da escola a história, as condições de existência e a experiência de diferentes grupos subalternizados. Estes que foram sufocados pela generalização da propriedade privada, do valor de troca, do modo de vida burguês, europeu, patriarcal, misógino, heteronormativo, racista”, frisou a orientadora de Adriana, Beatriz Medeiros de Melo.

“E invisibilizados pela narrativa oficial e nacional contada por meio de tantos dos livros didáticos. Ansiamos falar destes sujeitos, das histórias regionais, da diversidade dos modos de vida e, ainda, da violência e da opressão que atravessam a história e consolidam grupos no poder”, acrescentou Beatriz.

O livro compôs um retrato de povos que, ontem e hoje, resistem a uma sucessão de genocídios: os povos indígenas. Segundo a pesquisa, milhões foram assassinados, etnias inteiras desapareceram, territórios foram usurpados.

https://www.youtube.com/watch?v=Qi6IGFQMCbI Em Alagoas, os indígenas resistiram a esse processo com articulações interétnicas, lutando pela terra e pelo reconhecimento de sua identidade; sobretudo diante do avanço de uma cultura ocidental eurocêntrica e de uma política econômica neocolonial. “Sua resistência ecoou na Constituição de 1988, quando, então, passaram a ter assegurados o processo de demarcação de suas terras, a manutenção de suas línguas, de suas culturas. Hoje, continuam lutando pela demarcação dos territórios usurpados, enquanto o genocídio indígena persiste e os direitos conquistados são sistematicamente negligenciados”, trecho do livro. Confira todos os detalhes da entrevista e como baixar o e-book na plataforma de vídeo https://www.youtube.com/user/Portaltribuna .