Cidades

Conselho Regional de Farmácia alerta para perigos do descarte irregular de medicamentos

Descartados no meio ambiente, medicamentos podem contaminar a água e o solo, chegando aos alimentos

Por Thayanne Magalhães 06/03/2020 10h34
Conselho Regional de Farmácia alerta para perigos do descarte irregular de medicamentos
Reprodução - Foto: Assessoria
Descartar medicamentos de forma irregular no meio ambiente podem trazer danos graves não só para a natureza, mas para os seres humanos, que correm o risco de consumir alimentos contaminados. Quem faz o alerta é o presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF), Robert Nicácio, que se reuniu com a imprensa na manhã desta sexta-feira (6). “Muitas pessoas têm o hábito de jogar comprimidos fora da validade no vaso sanitário, por exemplo, e os compostos químicos acabam contaminando a água e o solo, chegando aos alimentos de consumimos. Antibióticos descartados de forma irregular podem fazer com que bactérias desenvolvam resistência e os anticoncepcionais pode levar a infertilidade aos peixes, por exemplo”, explicou. Durante as campanhas realizadas durante o ano, o CRF deve instalar locais para que a população possa deixar os medicamentos vencidos. “Vamos realizar diversas campanhas de conscientização para a população, que muitas vezes não sabe dos riscos do descarte irregular dos medicamentos. O ideal seria que as pessoas procurassem hospitais e postos de saúde para entregar essas sobras e remédios vencidos, pois nesses locais existe empresa responsável para o recolhimento e descarte correto”, disse Nicácio. O secretário-geral do CRF, Daniel Fortes, afirmou que o ideal seria que as empresas que fazem a venda dos medicamentos, se responsabilizassem pelo recolhimento e realizasse o descarte correto. “Deveria haver uma logística reversa, quando a empresa que vende, também recebe o descarte dos medicamentos e se responsabilizasse pelo descarte correto”, explicou. Automedicação No dia 5 de maio será lançada a campanha do uso consciente de medicamentos e o CRF também orienta a população para os perigos da automedicação. “Queremos alertar para uso racional de medicamentos, mesmo os que são vendidos sem prescrição médica. Muitas vezes o remédio pode mascarar os sintomas de uma patologia que o paciente não sabe que tem”, explicou Daniel Fortes. Outro assunto destacado no encontro foram os projetos de lei (PLs) que tramitam para flexibilizar a obrigação da presença de uma farmacêutico atuando dentro das farmácias desde a abertura até o fechamento do estabelecimento. “A legislação obriga que esses estabelecimentos tenham um farmacêutico atuando para orientar os consumidores. A presença do profissional farmacêutico nas farmácias é muito importante”, concluiu.